Rússia reconhece catástrofe interna

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Kremlin

Dmitry Peskov

Quando o país precisa ainda mais de pessoas “somos cada vez menos”. A taxa de natalidade continuará a ser um problema ao longo de anos.

As estimativas oficiais indicam que em 2030 a população russa vai ser de 143,2 milhões de pessoas, o nível mais baixo desde 2012, e que, em 2046, deverá ser de 138,7 milhões de pessoas.

No total, nasceram no ano passado 1.264.000 crianças na Rússia, país em guerra com a Ucrânia, o número mais baixo desde 1999, um ano antes da ascensão de Putin ao Kremlin.

Além dos efeitos da guerra – na qual morreram cerca de 60.000 a 70.000 homens, segundo fontes independentes -, a diminuição da taxa de natalidade deve-se ao “buraco demográfico” em que o país se encontra, à medida que as mulheres nascidas nos anos 1990 atingem “a idade fértil”, explicam os demógrafos.

De acordo com os peritos, o número de mulheres em idade fértil na Rússia em 2030 vai ser 40% inferior ao registado em 2010.

O porta-voz da Presidência russa reconheceu nesta sexta-feira que a taxa de natalidade na Rússia é catastrófica para o futuro do país, atualmente com 144 milhões de habitantes.

“Vivemos no maior país do mundo e a cada ano que passa somos menos. Isto é catastrófico para o futuro da nação“, disse Dmitri Peskov, porta-voz do Presidente Vladimir Putin, em conferência de imprensa.

A este respeito, Peskov disse que a situação só pode solucionar-se com o aumento da taxa de natalidade.

Questionado pelos jornalistas sobre se a atual taxa de natalidade é um reflexo da falta de confiança dos cidadãos russos quanto ao futuro, Peskov respondeu negativamente.

“Isso não se pode afirmar porque estes são os mesmo índices que se registam em França, na Alemanha, Espanha e no Japão, onde são ainda mais baixos”, respondeu.

Peskov disse que “lamentavelmente” é uma “tendência” que no caso da Rússia tem outras explicações nomeadamente o que classificou como “buraco demográfico” em que caiu o país após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o fim da União Soviética no início dos anos 1990.

O porta-voz do Kremlin afirmou ainda que as autoridades adotaram uma série de medidas que “não tiveram resultados imediatos”.

“A situação (baixa taxa de natalidade) vai continuar difícil durante algum tempo“, declarou acrescentando que a demografia continua a ser uma das prioridades do Presidente da Rússia.

No passado mês de junho, as autoridades russas indicaram que está a ser “estudada” a proibição do movimento que defende que as mulheres não devem ter filhos, se assim o desejarem.

“Agora estamos a preparar ativamente projetos de lei para evitar a proliferação de ideias ‘childfree’ (sem filhos, em inglês)”, disse anteriormente o vice-ministro da Justiça, Vsevolod Vukolov.

ZAP // Lusa

7 Comments

  1. Criar Filhos e Filhas , num País dominado por un Psicopata nato , que para Ele não serão mais que carne para canhão para satisfazer as suas loucuras Imperialistas ; nem mais uma criança deveria nascer nesse País ! . Infelizmente muitos outros Países neste Mundo, estão nas mãos de puros Corruptos e Assassinos cada vez mais Sanguinários ! .

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  2. Em Portugal o problema é muitas vezes superior ao que tem a Russia, a origem é igual em todo o lado, os jovens simplesmente não sentem que tenham asseguradas condições de vida para ter filhos. E o sistema de organização social e finaceiro na Russia não é muito diferente do Europeu. A diferença entre Portugal e a Russia é que cá nós importamos população para substituir os portugueses que não nascem. Assim a população não decresce mas mais uns anos e este país tem mais indianos e brasileiros que portugueses.

  3. A demografia russa pode facilmente recuperar. Se querem uma verdadeira catástrofe demográfica olhem para o Japão, que não tem um governo autoritário nem está em guerra com ninguém…

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  4. É isso mesmo… Temos um mundo a rebentar pelas costuras com o dobro de gente a mais do que o que deveria e estamos preocupados com catástrofes demográficas… LOL

  5. Reparem antes na China que implementou a política de filho único e hoje quer reverter e os chineses não estão para aí virados.

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