Nos vários parâmetros disponibilizados, o desemprego de longa duração é o que mais se destaca pela negativa.
Os dados relativos ao desemprego em Portugal indicam uma taxa de população desempregada de 6,1% no terceiro semestre de 2021, o que constitui uma diminuição face ao semestre anterior, quando o indicador se situava nos 6,7%. Face ao mesmo período de 2020, também se regista uma descida, já que o valor era de 8%, isto de acordo com os mais recentes dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.
Em números absolutos, existiam no país e entre os meses de abril e junho 318,7 mil pessoas desempregadas, menos 27 mil do que no trimestre anterior e menos 84,8 mil do que nos três primeiros meses do ano, quando Portugal enfrentou a pior vaga da pandemia.
De acordo com o INE, este decréscimo no número de desempregados deve-se a cinco tendências principais de recuo do desemprego em grupos distintos: entre os homens; de pessoas dos 35 aos 44 anos; da “população desempregada com um nível de escolaridade completo correspondente, no máximo, ao 3.º ciclo do ensino básico”; de “desempregados à procura de novo emprego, que diminuiu 26%”; e dos “desempregados há menos de 12 meses, cujo número diminuiu 40,6%”.
A entidade refere ainda que “menos de metade dos desempregados (48,1%)” eram considerados desempregados de longa duração, por se encontrarem nesta condição há menos um ano. No entanto, no sentido oposto, registou-se um aumento do desemprego entre as pessoas sem trabalho há 12 meses ou mais, sendo que este grupo passou a ser a maior proporção da população desemprego.
De acordo com o INE, “a proporção deste tipo de desemprego é maior entre as mulheres do que entre os homens, aumenta com a idade da pessoa desempregada (oscila entre 28,6% no grupo etário dos 16 aos 24 anos e 65,3% no dos 55 aos 74 anos) e diminuiu com o nível de escolaridade (abrange 59,1% dos desempregados que completaram, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico, 45,9% daqueles com ensino secundário e 39,4% daqueles com ensino superior”.