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TAP avança com lay-off de um ano a partir de segunda-feira

Aero Icarus / Flickr

A TAP vai avançar com um processo de lay-off clássico, que passará por uma redução dos períodos normais de trabalho ou suspensão de contratos, a partir da próxima segunda-feira e durante 12 meses.

De acordo com uma mensagem enviada aos colaboradores, a que a agência Lusa teve acesso, a companhia aérea assegura, no entanto, que “do presente processo de lay-off não resultará redução de remuneração para os trabalhadores para além da que resultar das reduções determinadas pelo(s) Acordo(s) de Emergência celebrados com as organizações sindicais ou, sendo o caso, pelos regimes sucedâneos aprovados pela TAP, nos termos e ao abrigo do Despacho das Finanças, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Infraestruturas e Habitação n.º 818-A/2021, de 19 de janeiro”.

A transportadora justificou que “atendendo ao atual contexto, bem conhecido por todos nós, no quadro do processo de declaração da TAP em Situação Económica Difícil (SED) anuncia-se agora que teremos de recorrer a medidas no âmbito do procedimento de redução dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho (“lay-off clássico”), que terá início no próximo dia 1 de março, e que se prolongará previsivelmente por um período estimado de 12 (doze) meses, nos termos e para os efeitos do art.º 300.º, n.º 3, do Código do Trabalho”.

Na mesma nota, a transportadora justifica que “este regime de lay-off, sendo similar, tem algumas regras diferentes das medidas às quais recorreram de abril a novembro de 2020. Sobre estas diferenças, sobretudo no âmbito da sua aplicação e execução prática, a TAP diz que irá dando conta à medida que for avançando neste processo.

Assim, “para o mês de março de 2021, todos os trabalhadores da TAP estarão abrangidos por uma redução de horário de trabalho numa determinada percentagem: (1) na generalidade das áreas Terra a percentagem será de redução em 25%, apenas com uma única exceção que terá uma redução horária menor; (2) enquanto que no caso do PN [pessoal navegante, ou seja de cabine e cockpit] a redução horária está completamente relacionada com os planeamentos já efetuados; ou seja, cada tripulante terá uma redução horária diferente em função do planeamento já por si conhecido e divulgado”, lê-se na mesma nota.

A companhia anunciou ainda que “cada trabalhador será informado amanhã [este sábado], dia 27 de fevereiro, da sua situação concreta em termos do regime/modalidade que lhe será aplicado”.

Esta sexta-feira, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) e o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) aprovaram os acordos de emergência na companhia.

A Groundforce anunciou, entretanto, que a empresa não está em condições de pagar de momento os salários de fevereiro aos mais de dois mil trabalhadores sem que esteja concluído o processo de empréstimo bancário, devido a uma falha num pagamento da TAP.

A empresa tem conseguido sobreviver com o apoio da TAP, cumprindo as obrigações mínimas através de adiantamentos sobre serviços e a prestar no futuro. No entanto, o Conselho de Administração da companhia aérea informou não lhes ser possível continuar a conceder este auxílio.

Segundo o semanário Expresso, que teve acesso à informação enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) aos trabalhadores, Alfredo Casimiro, presidente do conselho de administração da Groundforce, adiantou que espera que a empresa possa pagar os ordenados entre esta sexta-feira e a próxima terça.

O responsável adiantou ainda aos sindicatos que chegou a ser ponderado o pagamento de um terço do salário, acrescentou o mesmo jornal.

Esta sexta-feira, o Jornal Económico avançou que o Governo está a negociar uma injeção estatal imediata na TAP, que poderá superar os 200 milhões de euros, que permita fazer pagamentos urgentes, como salários a trabalhadores e pagamento a fornecedores.

ZAP // Lusa

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