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Tango de Obama na Argentina gera onda de indignação

Barack Obama dançou um tango em Buenos Aires, durante a visita oficial à Argentina, e há quem veja nisso um “pecado” político quando Bruxelas, na Bélgica, ainda vivia atormentada pelos ataques terroristas que mataram 34 pessoas.

Entre as centenas de feridos dos atentados suicidas que abalaram a capital belga estão nove norte-americanos e vários políticos dos EUA, nomeadamente Donald Trump e Ted Cruz, candidatos presidenciais que apelaram a Obama que que cancelasse a visita à América do Sul, por causa dos ataques.

O presidente norte-americano não só prosseguiu a visita como foi a um jogo de basebol em Cuba e, ainda pior, dançou o Tango num jantar de Estado com o presidente argentino, Mauricio Macri, na quarta-feira à noite.

As imagens da dança de Obama, com uma bailarina com vestes sensuais, enquanto a primeira-dama Michelle dançava com um bailarino, estão a correr o mundo.

Enquanto fazem as delícias de alguns, são também muito criticadas por outros, por serem vistas como uma celebração desmedida quando o mundo se atormentava com o terrorismo.

O presidente do Conselho das Relações Internacionais, Richard Haass, fala de “um tremendo erro”, durante uma intervenção num programa televisivo, em declarações ao Politico. “Jogos de basebol e tangos são inconsistentes com a seriedade do dia”, considera o líder do órgão independente.

A ex-directora de comunicação de George W. Bush, Nicolle Wallace, fala mesmo do caso como sendo um “crime de comunicação”, considerando que a sua atitude desagrada não apenas aos Republicanos, mas a todos os americanos e que reflecte um desinteresse pela ameaça do terrorismo.

“Ouvimos democratas crescentemente desconfortáveis com as escolhas que ele faz num momento de crise. Havia mães mortas enquanto membros da sua família estavam na cena do crime e parece que a prioridade é ir numa viagem ao estrangeiro, em vez de parar por um minuto para explicar isso aos americanos”, considera Nicolle Wallace ao Politico.

A situação está a ser particularmente aproveitada pelos candidatos presidenciais republicanos para criticarem a política de Obama no capítulo do terrorismo.

Ted Cruz acusa mesmo Obama de ter contribuído para o crescimento do “terrorismo radical islâmico”, criticando a possibilidade de os EUA receberem refugiados sírios como uma medida “lunática” que permitirá a “infiltração” de elementos do grupo terrorista Estado Islâmico.

“Não faz sentido e precisamos de um presidente cuja primeira responsabilidade seja manter a América segura”, atira Ted Cruz que promete fomentar o patrulhamento das comunidades muçulmanas nos EUA, caso seja eleito presidente.

Uma medida que Obama definiu como “errada” e “anti-americana”, considerando que grupos terroristas como o Estado Islâmico “não são uma ameaça existencial”, apenas “assassinos viscosos que pervertem uma das maiores religiões do mundo”.

SV, ZAP

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