A sua produção intensiva reduziu a diversidade genética da tamareira e empobreceu a biodiversidade microbiana dos solos.
A tâmara, fruto apreciado por muita gente, é uma fonte de cálcio, potássio, magnésio e fibras.
É uma boa amiga para a saúde: reduz o risco de doenças neurodegenerativas, osteoporose, enfarte, cancro e stress.
Ao longo dos últimos anos, a procura pela tâmara aumentou, o seu valor comercial também – e a sua produção também passou a ser de outra escala, em monocultura.
Essa mudança trouxe problemas no norte de África, mais concretamente nos solos do deserto do Saara, na zona da Tunísia: reduziu a diversidade genética da tamareira e empobreceu a biodiversidade microbiana dos solos.
Para isso, a Escola de Ciências da Universidade do Minho está a ajudar a revitalizar os oásis de tamareiras no Norte de África, levando à sua produção sustentável e à maior valorização.
O projeto GreenPalmm, que já está a terminar, serviu para recolher amostras de solo e de folhas de tamareiras, demonstrando pela identificação molecular que cada variedade de tamareira tem um microbioma próprio.
Também estudou micróbios, adaptados a climas desérticos, que possam servir para medidas de biocontrolo contra pragas e doenças da tamareira.
“Esses micróbios foram isolados da planta e têm potencial como alternativa ao uso de pesticidas e fertilizantes químicos”, explica Teresa Lino Neto, professora e investigadora.
“O ideal é recuperar e valorizar os cultivares tradicionais, utilizando diferentes variedades de tamareiras e até de espécies vegetais para aumentar a riqueza microbiana naqueles solos, pois a monocultura continuada impede a plasticidade biológica nos solos e a diversidade de microrganismos capazes de combater adversidades naturais, como uma vaga de calor”, lê-se em comunicado enviado ao ZAP.
Além das tarefas da equipa portuguesa, os parceiros italianos fizeram a análise da diversidade genética de tamareiras; a equipa espanhola incidiu nos compostos e na composição das tâmaras para rentabilizar subprodutos da cultura da tamareira – como o caroço, e a sua possível comercialização por cooperativas locais.