Taiwan denuncia presença de navios de guerra de Pequim ao largo da ilha

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Lusa

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

Um navio contratorpedeiro da Marinha de Guerra da República Popular da China navegou a 80 quilómetros da ilha de Lanyu, sudeste de Taiwan, noticiou hoje a agência de notícia CNA de Taipé.

Fontes militares citadas pela agência CNA acrescentam que, além dos contratorpedeiros, fragatas e navios de telecomunicações do Exército Popular de Libertação (República Popular da China) foram avistados “nos últimos dias” ao largo da ilha de Lanyu pertencente a Taiwan.

A ilha situa-se a 88 quilómetros da cidade de Hualien, na costa leste de Taiwan (República Popular da China).

O Ministério de Defesa de Taipé explicou que utilizou “métodos conjuntos do sistema de informações, vigilância e reconhecimento para registar e controlar os possíveis movimentos do inimigo (República Popular da China)”.

As aproximações dos navios da Marinha de Guerra de Pequim ocorrem numa altura em que a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, se encontra na Ásia, podendo — eventualmente — deslocar-se a Taiwan.

Pequim declarou na semana passada que vai adotar “medidas contundentes” caso se venha a confirmar a deslocação de Pelosi que ainda não foi confirmada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.

Durante um contacto telefónico estabelecido na semana passada, o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, pediu ao homólogo norte-americano, Joe Biden, para “não brincar com o fogo“.

Pequim reclama a soberania da ilha e considera Taiwan “província rebelde” desde que os nacionalistas do Kuomintang liderados por Chiang Kai-shek foram derrotados pelas forças comunistas, chefiadas por Mao Tsé-Tung, durante a guerra civil no final da década de 1940.

Os nacionalistas refugiaram-se na ilha do Estreito da Formosa tendo estabelecido em Taiwan em 1949, a República da China (ROC — sigla oficial), fundada em 1912 por Sun Yat-sen.

No último ano, aumentaram o número de incursões de aviões de combate da República Popular da China na Zona de Identificação Aérea de Taiwan.

Por outro lado, a presença de navios de guerra dos Estados Unidos, no Estreito da Formosa, também tem sido reiteradamente condenada por Pequim.

Rússia acusa EUA de “desestabilizar o mundo”

A Rússia acusou hoje os Estados Unidos de “desestabilizar o mundo” ao provocar tensões acerca de Taiwan, onde a possibilidade de uma visita da líder do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi, está a irritar Pequim.

“Washington está a desestabilizar o mundo. Não resolveu nenhum conflito nas últimas décadas, mas provocou vários”, acusou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, numa mensagem do Telegram.

A imprensa norte-americana avançou, na semana passada, a possibilidade de a viagem à Ásia de Pelosi passar por Taiwan, sendo que tanto representantes militares como civis chineses têm alertado para as possíveis consequências da visita da responsável norte-americana.

Hoje, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, avisou novamente que Taiwan vai enfrentar “consequências desastrosas” se “os Estados Unidos administrarem mal a situação no estreito”.

É “difícil imaginar uma ação mais imprudente e provocadora” do que a visita de Pelosi, assegurou Hua, que estendeu a possibilidade de haver “consequências desastrosas caso os Estados Unidos não tomem a decisão certa”, não só para Taiwan mas também para “o mundo inteiro”.

A agência de notícia de Taipé noticiou hoje que um navio contratorpedeiro da Marinha de Guerra da República Popular da China navegou a 80 quilómetros da ilha de Lanyu, no sudeste de Taiwan.

Citando fontes militares, a agência acrescenta que, além de contratorpedeiros, também fragatas e navios de telecomunicações do exército chinês foram avistados “nos últimos dias” ao largo da ilha de Lanyu, que pertence a Taiwan.

Nancy Pelosi está na Ásia em visita oficial e, até agora, anunciou que a visita passará por países como Singapura — onde já se encontra —, Indonésia, Coreia do Sul, Malásia e Japão, sem nunca referir Taiwan.

Não é a primeira vez que Pelosi planeia uma viagem a Taiwan, já que, em abril passado, tinha planos para ir à ilha, mas teve de os cancelar após testar positivo com covid-19.

A China reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan, com quem o país norte-americano não mantém relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os EUA, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar em caso de conflito com o gigante asiático.

// Lusa

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2 Comments

  1. Espero que a Pelosi tenha juízo e que se deixe de loucuras! Taiwan está bem assim, não é preciso arranjar confusões.

  2. Nancy Pelosi aterrou em Taiwan e a RPC fica humilhada. Afinal, os tigres de papel não são quem eles diziam. Pelo menos até este momento…

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