Um tailandês de 21 anos matou a filha de 11 meses em direto no Facebook, tendo-se suicidado depois diante da câmara, revelou esta terça-feira a polícia de Tailândia.
O crime surge alguns dias depois de nos Estados Unidos um homem ter morto a tiro uma vítima escolhida “aleatoriamente” na rua e transmitido o crime ao vivo pelo Facebook.
De acordo com a agência de notícias France Presse, foram os amigos do homem que advertiram a polícia de Phuket, no sul da Tailândia.
“Já estavam mortos quando chegámos ao local” na segunda-feira à tarde, disse o tenente Jullaus Suvannin, um dos primeiros a chegar à cena do crime. Segundo a polícia, o homem teve antes uma discussão com a mãe da sua filha, de apenas 11 meses.
Segundo o jornal local Phuket Gazette, Wuttusan Wongtalay, de 21 anos, e a filha Natalee, de apenas 11 meses, foram encontrados enforcados num muro de 10 metros no local de construção de um novo hotel, na praia de Nai Thon, em Phuket.
Este assassínio seguido de suicídio ocorre alguns dias depois de um caso de homicídio em Cleveland, Estados Unidos, no qual um homem de 37 anos matou um homem de 74 anos, publicando o vídeo do homicídio na rede social Facebook.
Após mais um crime transmitido em directo no Facebook, o fundador da rede social, Mark Zuckerberg, declarou que iria fazer tudo o que fosse possível para evitar a repetição de tragédias deste tipo. “Temos muito trabalho”, declarou Zuckerberg, “vamos continuar a fazer tudo o que pudermos para evitar este tipo de tragédia”.
Certo é que esta não é a primeira vez que uma morte é publicada ou transmitida ao vivo no Facebook Live, ferramenta lançada em 2010 que permite que qualquer pessoa com conta no Facebook faça transmissão de vídeo em tempo real.
Em junho do ano passado, um homem foi morto enquanto transmitia imagens de si próprio nas ruas de Chicago. Em março, um homem não identificado foi alvejado 16 vezes durante uma transmissão ao vivo na rede social.
Além de assassinatos, outros tipos de crimes graves têm sido transmitidos em directo através do Facebook, como foi o caso, em março, de uma adolescente que foi violada enquanto o ataque, realizado por um grupo de 5 a 6 indivíduos, era transmitido ao vivo através da rede social.
A transmissão da violação, que aconteceu em Chicago, nos EUA, foi vista por 40 pessoas, que não fizeram qualquer denúncia à polícia.
Também se têm repetido transmissões de suicídios ao vivo na rede social, como foi o caso, em janeiro deste ano, de um polícia brasileiro que se suicidou ao vivo, ou, em maio de 2016, do suicídio de um professor transmitido em directo pelo Facebook.
Mais de um ano antes, em março de 2015, o Facebook anunciava estar a desenvolver “ferramentas anti-suicídio” que permitissem aos amigos de um utilizador “identificar sinais e pistas” de potenciais tendências suicidas.
Mas talvez não seja conciliável, para a rede social de Mark Zuckerberg, ter a nobre pretensão de “impedir ou prevenir o suicídio” e ao mesmo tempo facultar a qualquer utilizador ferramentas para transmitir a morte em directo.
ZAP // Lusa