Surto de bactéria multirresistente coloniza 15 bebés no Santa Maria. Uma criança morreu

Mário Cruz / Lusa

Hospital de Santa Maria, Lisboa

O Hospital de Santa Maria esclareceu hoje que, desde a semana passada, teve 15 bebés internados na Neonatologia colonizados com a bactéria multirresistente que obrigou a encerrar o serviço, três tiveram alta e um morreu.

No caso do óbito, fonte do hospital sublinhou que, uma vez que não há ainda resultados da autópsia, não pode ser estabelecida qualquer relação causal com a bactéria.

Ao dia de hoje, estão internados 11 bebés colonizados com a bactéria e dois negativos.

Segundo adiantou à Lusa na quinta-feira o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), os bebés positivos estão clinicamente estáveis e o Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos do CHULN “está a acompanhar a situação de acordo com as normas da Direção-Geral da Saúde”.

O centro hospitalar adiantou ainda que o serviço de neonatologia do hospital está encerrado para novas admissões e os bebés “não foram nem vão ser transferidos” para outros hospitais.

“A resposta nesta área é assegurada por meios internos do CHULN e através de articulação com a rede durante os procedimentos de boas práticas necessários para resolver a situação”, garantiu.

Na quinta-feira, em declarações à Sic Notícias, o diretor do Serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria, André Graça, afirmou que a bactéria detetada no serviço é multirresistente à maioria dos antibióticos utilizados, o que causa “mais preocupação” na eventualidade de vir a ser necessário tratar uma infeção.

Segundo apurou o Expresso, a bactéria em causa, klebsiella pneumoniae, foi detetada há alguns dias e propagou-se entretanto.

Klebsiella pneumoniae é uma bactéria bactéria gram-negativa, anaeróbica facultativa, do tipo bacilo, normalmente encontrada no trato intestinal humano, onde não causa doenças.

É uma importante fonte de infecções adquiridas em ambientes hospitalares, especialmente entre pacientes com o sistema imunológico enfraquecido ou que estão internados por longos períodos de tempo.

A bactéria pode causar variadas condições clínicas, incluindo pneumonia, meningite, e infeções no trato urinário, na corrente sanguínea, e em feridas.

A infeção não é espalhada pelo ar, sendo necessário o contacto direto para a transmissão da doença.

ZAP // Lusa

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