Um astrónomo amador detetou uma supernova muito perto da Terra – e tudo o que precisa para ver esta estrela em explosão é de um telescópio.
Há milhões de anos, a cerca de 21 milhões de anos-luz de distância da Terra, uma estrela em final de vida morreu numa explosão de supernova.
No dia 19 de maio, a luz dessa gigantesca explosão chegou ao telescópio do astrónomo amador japonês Koichi Itagaki, que alertou de imediato a comunidade científica. A supernova é, agora, oficialmente designada de SN2023ixf.
“Os fotões que saíram da estrela que explodiu há cerca de 20 milhões de anos chegaram agora até nós, vindos desta longa viagem pelo cosmos”, disse Grant Tremblay, astrofísico do Centro de Astrofísica de Harvard e do Instituto Smithsonian, citado pelo Popular Science.
SN2023ixf explodiu na M101, também conhecida como galáxia Pinwheel, que se situa no céu noturno perto da constelação da Ursa Maior. Apesar de só agora a explosão ser visível, a estrela está morta há 20 milhões de anos.
Segundo a NASA, SN2023ixf é a supernova deste género mais próxima da Terra a explodir em cinco anos e a segunda mais próxima da última década. Embora o seu brilho seja muito ténue para ser visto a olho nu, um telescópio de 4,5 polegadas deve ser suficiente para observá-la.
https://t.co/w8ruiGdwXG @Unistellar
On May 19th, a bright supernova – #SN2023ixf – was discovered in the spiral arms of the Pinwheel Galaxy, aka M101. The best part about SN 2023ixf? You can join in observing it along with the rest of the Unistellar Network! pic.twitter.com/IxdtqYTdLV— The SETI Institute (@SETIInstitute) May 24, 2023
As estrelas produzem a sua energia através da fusão de hidrogénio em hélio nos seus núcleos. Quando uma estrela acumula hélio suficiente, a sua produção de energia aumenta significativamente e transforma-se numa gigante vermelha ou numa supergigante, como a Betelgeuse.
A estrela desta supernova observada recentemente é – ou foi – muitas vezes maior e mais maciça do que o nosso Sol. Aliás, se o substituísse no Sistema Solar, poderia estender-se para além da órbita de Marte.
Nestas estrelas, o núcleo produz sucessivamente elementos mais pesados para equilibrar o impacto da gravidade, mas quando o núcleo começa a produzir ferro, a estrela tem os dias contados. Quando o núcleo já não consegue suportar o peso da estrela, entra em colapso, desencadeando uma explosão de supernova.
Segundo o portal Space, a explosão de luz e energia que daí resulta é, possivelmente, equivalente a 10 mil milhões de estrelas normais.
Os astrónomos vão continuar a monitorizar a supernova SN2023ixf nos próximos dias, registando todas flutuações de brilho até que acabe por desaparecer.