Novos mapas da superfície de Europa, uma das luas de Júpiter, evidenciam que o satélite natural sofreu uma mudança drástica nos últimos milhões de anos.
De acordo com uma nova investigação, que contou com dados das sondas Galileo e Voyager da NASA para criar os mapas da superfície gelada desta lua de Júpiter, os seus pólos não se encontram nos seus locais habituais e as características da sua superfície evidenciam que girou cerca de 70 graus relativamente ao seu eixo de rotação.
A superfície da Europa tem cerca de 50 milhões de anos e os cientistas esperam que esta mude ao longo de cerca de 12 milhões de anos, escreve o IFL Science.
Conhecida como True Polar Wander (rotação de um corpo sólido de um planeta ou lua em relação ao seu eixo de rotação), esta mudança exige que a água gelada da Europa seja completamente separado do interior rochoso, repousando apenas sobre um oceano.
A superfície desta lua, que é a sexta maior de todo o Sistema Solar e tem uma dimensão um pouco menor do que a nossa Lua, é marcada por fissuras concêntricas que a equipa de cientistas acredita que só podem ser causadas por uma verdadeira derrapagem polar.
Estas falhas profundas no gelo, com cerca de 1 a 2 quilómetros de diâmetros e 200 metros de profundidade, também cruzam crateras importantes recentes, o que sugere de forma clara, segundo os cientistas, que o evento ocorreu nos últimos milhões de anos.
“A nossa principal descoberta é que as fissuras associadas ao True Polar Wander observado na Europa cruzam todos os terrenos“, começou por explica o autor principal da investigação, Paul Schenk, do Instituto Lunar e Planetário, localizado no estado norte-americano do Texas, citado em comunicado.
E acrescenta: “Isto significa que o verdadeiro evento de movimento [da Europa] é muito jovem e que a casca de gelo e todas as características em si formadas moveram-se mais de 70 graus em latitude desde o ponto onde se formaram pela primeira vez. Se isto se confirmar, toda a história registada da tectónica da Europa necessita de ser avaliada”.
Os resultados da investigação foram publicados na Geophysical Research Letters.