Suicídio: Psicólogos propõem restrições na compra de produtos e acesso a pontes

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Para prevenir suicídios, a Ordem dos Psicólogos propõe a restrição do acesso a meios usados para esse fim; e a criação de mecanismos de segurança em locais como pontes, edifícios altos, linhas ferroviária ou metropolitana, viadutos, etc..

A Ordem dos Psicólogos propôs a criação de mecanismos de segurança em locais de risco e a restrição do acesso a meios de suicídio, como armas e pesticidas, através de uma maior regulamentação e restruturação de espaços públicos.

“Em Portugal, embora se estime que a prevalência do suicídio tenha vindo a decrescer lentamente nos últimos anos, o número de mortes por suicídio continua a ser mais elevado do que em qualquer outro país do sul da União Europeia”, salientou a OPP, esta segunda-feira, na véspera do Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2021 registaram-se 8,9 suicídios por 100 mil habitantes, numa ocorrência de cerca de três suicídios por dia.

Para alertar para o problema, a OPP elaborou o contributo científico “Prevenção do suicídio: Intervenções e políticas públicas efetivas”, que visa principalmente contribuir para “o desenvolvimento e implementação de estratégias efetivas de prevenção do suicídio em Portugal”.

“O suicídio é um problema de saúde pública que representa um fenómeno reconhecidamente complexo, no qual dimensões psicológicas, médicas, morais, religiosas, sociais, económicas e políticas se cruzam, resultando em mais de 700.000 mortes anuais em todo o mundo”, salienta OPP.

Uma das medidas propostas no documento é a “restrição do acesso a meios de suicídio”, através de alterações legislativas que limitem o acesso a armas de fogo ou que regulamentem a venda de substâncias tóxicas utilizadas para fins suicidários como pesticidas ou gases e outros produtos com toxicidade elevada.

Defende também a criação de mecanismos de segurança em locais públicos e infraestruturas usadas para fins suicidários, como pontes, edifícios altos, linhas ferroviária ou metropolitana, viadutos, com a instalação de barreiras e redes de proteção, vigilância de terceiras pessoas e a instalação de mensagens dissuasoras e contactos de emergência.

“A restrição do acesso a meios de suicídio parte do pressuposto de que, uma vez que o suicídio ocorre num momento de impulsividade, a dificuldade de acesso a um método preferencial e/ou delineado, aumenta as probabilidades de sobrevivência”, lê-se no documento.

A Ordem dos Psicólogos propõe também que seja fomentada uma Estratégia Nacional de Prevenção do Suicídio, que envolva diferentes setores, incluindo Saúde, Educação, Justiça e Media.

Observa que “os comportamentos suicidários ocorrem não apenas na população adulta, mas também em crianças e adolescentes, sendo o suicídio uma das principais causas de morte entre os jovens portugueses”.

“A prevenção efetiva do suicídio requer políticas e medidas coordenadas que respondam à realidade nacional e aos determinantes sociais e fatores de risco individuais que tornam os comportamentos suicidários mais prevalentes em determinado grupo populacional e em determinada região do país”, defende.

A OPP recomenda também a realização de campanhas nacionais efetivas de prevenção do suicídio e o cumprimento do rácio recomendado de um psicólogo por cada 500 alunos nas escolas e de um psicólogo por cada 5.000 utentes no Serviço Nacional de Saúde.

Sugere igualmente a recolha e monitorização, de forma sistemática, de dados sobre o suicídio: “É necessário que, além das estatísticas referentes ao número de casos de suicídio em Portugal, se registem dados sociodemográficos, métodos e meios utilizados, criando-se registos epidemiológicos que orientem as intervenções a implementar junto de dado grupo populacional”.

 

// Lusa

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3 Comments

  1. 3 suicídios por dia, é imenso! Pior foi durante a Troika que eram 4 por dia. Eu encaro a possibilidade de um suicídio assistido ou eutanásia na velhice, caso a minha saúde física ou mental fiquem gravemente comprometidas.

  2. E a venda de cordas também é para restringir?!

    Quem está determinado a suicidar-se, não é com restrições no acesso a pontes ou a produtos que vai ser impedido pois o número de opções é quase infinito.

  3. Um maior controlo sobre medicação psiquiátrica – sobretudo, as drogas que atuam no sistema límbico e hipotálamo – talvez fosse bem mais eficaz! No mínimo, requer-se um estudo estatístico sério acerca da possível associação entre essa medicação e o desenvolvimento de tendências suicidas e também homicidas – vide os massacres “habituais” nos EUA. Claro está, que a indústria farmacêutica se opõe ferozmente a uma tal iniciativa, aliás, nem quer ouvir tal “blasfema” sugestão!

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