O novo subsídio de desemprego em França entrou em vigor no dia 1 de Novembro com mudanças que tornam mais difícil ter direito, e reduzem o tempo de apoio. Segundo os especialistas, algumas das medidas do governo francês no âmbito da reforma vão contribuir para aumentar a precariedade dos trabalhadores.
Segundo o analista Quentin Guilluy, especialista em questões laborais, a reforma do subsídio de desemprego em França baseia-se num sistema de bonus/malus cuja lógica é o aumento do custo dos contratos de trabalho precários, como solução para favorecer os empregos permanentes.
Segundo Guilluy, um contrato temporário implica mais 20% de encargos para a entidade patronal. No entanto, diz Guilluy, o subsídio atribuído aos trabalhadores independentes, não definido na reforma, corre o risco de incitar as empresas a contratar temporariamente trabalhadores independentes, tornando o trabalho muito mais precário.
O secretário-geral do sindicato CFDT, Laurent Berger, afirma que as regras do novo subsídio de desemprego poderão representar um drama para os desempregados. Berger afirma que a reforma vai empurrar os desempregados franceses para a pobreza.
Líder de um dos principais sindicatos de França, Berger considerou que a redução de 50% do subsídio de desemprego, prevista pela reforma em vigor desde 1 de Novembro, colocará os assalariados numa situação muito difícil.
Para beneficiar do subsídio de desemprego em França, as pessoas deverão, a partir de agora, trabalhar seis em cada 24 meses, em vez de 4 em cada 28, como estava estabelecido até então.
Segundo a UNEDIC, instituição que gere o subsídio do desemprego em França, 710.000 pessoas serão afectadas pelas novas medidas, das quais 200.000 não terão direito desde o primeiro ano.
// RFI