O rugido do “leão” fez-se ouvir em alto e bom som. “Se para o Besiktas é ganhar ou ganhar, para nós também é ganhar ou ganhar. Acredito plenamente que podemos passar à próxima fase”.
Palavras proféticas de Rúben Amorim? Na antevisão ao encontro desta quarta-feira, o treinador “verde-e-branco” jogou ao ataque e, menos de 24 horas depois, os jogadores deram sequência às palavras do timoneiro e cilindraram um Besiktas por 4-0, num duelo relativo à quarta jornada do Grupo C da Liga dos Campeões com golos do trio maravilha.
Pote bisou, Paulinho acertou com o alvo e Sarabia fechou o “placard”. Com o triunfo, os lisboetas têm seis pontos, os mesmos que o Borussia Dortmund – que perdeu ante o líder e já classificado Ajax -, asseguraram presença nas provas europeias em 2022 e nas próximas rondas vão lutar com os alemães por uma vaga que dá acesso aos oitavos-de-final da Champions.
O chamado “banho turco” em Alvalade.
O Sporting exibiu-se em alto nível nos primeiros 46 minutos de jogo e saiu para os balneários com uma confortável almofada de três golos, fruto da segurança que imprimiu no processo defensivo e na sagacidade que encontrou para dinamitar o último reduto contrário, explorando os três corredores com velocidade, agressividade e imaginação.
Nos instantes iniciais foi gerindo a posse e abrindo pequenas crateras no meio-campo dos forasteiros, surgindo com perigo sempre que aumentou a velocidade.
Paulinho desperdiçou duas oportunidades soberanas (8’ e 10’) oferecidas por Sarabia, o Besiktas ainda ameaçou (15’ e 28’ em ambos os casos por Larin), mas quem tem “Pote” arrisca-se a que lhe saia um Jack(Pote).
Primeiro, aos 31 minutos, converteu uma grande penalidade cometida sobre ele por Rıdvan Yılmaz e, sete minutos volvidos, dilatou a contenda com um belo tiro.
Se o reduto leonino estava ao rubro, em ebulição ficou quando, à passagem dos 41 minutos, Paulinho redimiu-se, acelerou e com um remate colocado aumentou o “score”. Nota elevadíssima para os campeões nacionais.
Pedro Gonçalves, o Pote de ouro dos “leões”, era o MVP com 8.8 e na conta pessoal acumulava três remates, um bis, dois passes para finalização e seis acções com a bola na área turca.
O “leão” não travou e voltou a engrenar a sexta velocidade. Se aos 48 minutos a trave parou um centro de Sarabia, nada deteve o espanhol oito minutos volvidos quando aproveitou um ressalto para carimbar o 4-0. Depois do 4-1 em Istambul, um novo vendaval leonino, que até poderia ter dado outra expressão ao marcador, caso não tivesse abrandado e gerido o triunfo.
O Sporting somou a sétima vitória consecutiva, sendo que nos últimos nove duelos saiu vitorioso em oito e marcou em todos os encontros realizados em casa esta época, sendo que em Alvalade carimba “tentos” há 30 partidas de rajada. Por sua vez, os campeões turcos, que ficaram à nora nesta viagem a solo luso, averbaram o quinto desaire seguido.
Melhor em Campo
Pedro Gonçalves estava a tardar em regressar aos golos, como o próprio referira, e este foi o encontro ideal para o conseguir.
Após facturar de grande penalidade, “Pote” bisou, no segundo dos seus dois remates enquadrados (num total de três disparos). Destaque ainda para dois passes para finalização, oito passes aproximativos recebidos, seis acções com bola na área contrária e ainda três desarmes.
Por tudo isto foi o MVP do jogo, com um GoalPoint Rating de 7.8.
Destaques do Sporting
Sarabia 7.7 – Após um período de adaptação, Pablo Sarabia começa a demonstrar o imenso talento que tem. Começou por soltar o génio com duas ocasiões flagrantes criadas que Paulinho não logrou finalizar com êxito, não desistiu e marcou no único remate que fez. Foi ainda a tempo de receber 12 passes aproximativos (máximo no duelo), realizar seis acções com a bola na área turca, três cruzamentos de bola corrida e construiu um excelente entendimento com Paulinho e “Pote”. Com a saída do ponta-de-lança assumiu a batuta do ataque, pisando a zona central e demonstrando que é uma boa alternativa que Amorim poderá utilizar no decurso da época.
João Palhinha 6.8 – É quem liberta os colegas para poderem brilhar. Soberano na zona central, recuperou a bola por 12 vezes, gizou duas variações de flanco, levou a melhor nos três duelos aéreos defensivos em que interveio, fez ainda cinco desarmes, três acções defensivas no meio-campo contrário e cinco faltas.
Paulinho 6.6 – Começou com a mira demasiado calibrada quando acertou no ferro (8′), aos 10 minutos vacilou, mas não desistiu e marcou um belíssimo golo de fora da área. Em suma, foi autor de quatro remates, 21 acções com a bola e sofreu duas faltas. Os aplausos que recebeu dos mais de 40 mil adeptos que estiveram no estádio foram um merecido prémio.
Matheus Nunes 6.5 – Outro dos pêndulos dos “leões”. Esteve envolvido nos lances que resultaram nos dois primeiros golos e ainda esteve próximo de festejar aos 55 minutos. Saiu de cena com uma assistência, dois passes valiosos, cinco recuperações, dois desarmes e três acções defensivas no meio-campo contrário.
Gonçalo Inácio 6.4 – Importante na primeira fase de construção da equipa, foi quem mais teve acções com a “redondinha”, 94 ao todo. Somou três conduções aproximativas, cinco recuperações da posse, três desarmes e quatro alívios. Números de mais uma exibição segura do jovem central.
Adán 6.1 – Sempre que foi chamado, respondeu com qualidade e segurança. Das quatro defesas que fez, duas foram a remates no interior da área.
Ricardo Esgaio 6.1 – Substituiu a frio o lesionado Porro e não tremeu. Realce para os dois passes valiosos feitos, uma assistência para o golo de Paulinho e três passes super aproximativos, máximo do jogo.
Matheus Reis 6.0 – Parece outro. Mais ágil, fiável e confiante, tem ganho asas no corredor esquerdo. Está no lance do 4-0, tendo ainda feito dois passes valiosos, dois alívios e dois passes aproximativos.
Coates 6.0 – Desta feita o capitão não marcou, mas ainda assim esteve num bom plano com um remate, 87 acções com a bola, quatro alívios e três passes/cruzamentos bloqueados.
Feddal 5.7 – Esteve ao nível de Inácio e Coates, seguro e importante na forma como a linha defensiva leonina quase sempre soube anular o opositor. Foi o rei dos passes certos (71), fez seis aproximativos e venceu três dos quatro duelos aéreos defensivos em que participou.
Daniel Bragança 5.3 – Aos 77 minutos ficou a centímetros da “manita”. Entrou bem no jogo, tendo ficado na sua ficha com dois remates, um passe falhado em 14 feitos (93% de eficácia) e 26 acções com a bola.
Destaques do Besiktas
Rıdvan Yılmaz 5.7 – Foi o melhor jogador do Besiktas. É certo que derrubou “Pote” na área na jogada do 1-0, mas ainda tentou remar contra a maré com um cruzamento, três passes aproximativos e 12 recuperações da posse (igualando Palhinha).
Alex Teixeira 5.1 – Causou estranheza ter começado no banco, entrou ao intervalo e foi a tempo de acertar quatro dos cinco dribles que arriscou, apresentou uma eficácia de 91% no capítulo do passe e recuperou três passes aproximativos.
Souza 4.3 – O antigo médio do FC Porto não foi feliz neste regresso a Portugal. Foi expulso, cometeu três faltas, falhou três passes de risco e perdeu a bola em 13 ocasiões.
Resumo
// GoalPoint