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Sporting 2-1 Lask Linz | Vitória da eficácia

Manuel de Almeida / Lusa

O Sporting marcou a diferença pela positiva numa semana europeia para esquecer para as equipas portuguesas, ao bater o LASK Lins por 2-1 em Alvalade.

Numa partida em que o resultado foi bastante melhor do que a exibição, valeram aos “leões” cinco minutos de pressão intensa e com dois golos com os mesmos intervenientes: Luiz Phellype e Bruno Fernandes.

A equipa “verde-e-branca”, que soma os primeiros pontos na competição depois da derrota com o PSV na Holanda, acabou por marcar o dobro dos golos do adversário com metade do valor de Expected Goals (xG), um sinal da ineficácia do conjunto austríaco, que até terminou o desafio com mais remates (22-12 ao todo, 7-4 em disparos enquadrados), maior posse de bola (53%) e maior eficácia na distribuição (72%-69%).

O jogo explicado em números

  • Começo desastrado por parte do Sporting, que se viu em desvantagem pouco depois do quarto-de-hora, num lance que teve início num mau passe de Mathieu. Ranftl deixou a bola para Raguz, que tirou Doumbia do caminho antes de desferir um poderoso remate com o pé esquerdo.
  • O golo acabou por não surpreender: o LASK levava já cinco remates, três à baliza (contra apenas um do Sporting), quatro pontapés de canto e 46% de posse.
  • Luiz Phellype foi completamente anulado pela defensiva austríaca nos primeiros 25 minutos da partida. O avançado brasileiro levava três remates, é certo, mas todos eles desenquadrados, e não vencera um único duelo pelo ar em cinco disputados e só acertara um dos seus cinco passes.
  • À passagem da meia-hora de jogo, o cenário continuava bastante “negro”: o Sporting até tinha mais posse de bola (55%-45%) e maior eficácia na distribuição (72%-66%), mas em matéria de remates os austríacos eram reis e senhores, com oito disparos, quatro deles à baliza de Renan.
  • Nestes 30 minutos paupérrimos, um “leão” sobressaía do ponto de vista ofensivo: Acuña levava já três passes para finalização, quatro cruzamentos eficazes e oito recuperações de posse (mais do dobro do que qualquer companheiro de equipa).
  • A cinco minutos do final da primeira parte, o Sporting continuava sem rematar à baliza austríaca, após cinco tentativas sem a melhor direcção. Bruno Fernandes, o jogador sportinguista com maior preponderância no meio-campo adversário, acertara apenas 59% dos seus 27 passes, enquanto Bolasie era praticamente invisível: o congolês surgia no fundo da tabela em matéria de passes (oito) e acções com bola (14).
  • Resultado perfeitamente ajustado em relação às oportunidades criadas pelas duas equipas, com o Sporting a demonstrar grandes dificuldades para se soltar das amarras lançadas pelos austríacos, que, por sua vez, surpreenderam os “leões” com uma verdadeira entrada de gigante e até desperdiçaram uma ocasião flagrante.
  • Raguz, o homem do golo, liderava os GoalPoint Ratings ao intervalo, com nota 6.7, juntando ao remate certeiro um drible eficaz e três faltas sofridas. Logo atrás do avançado austríaco surgia Luís Neto 6.3, com oito acções defensivas, três recuperações de posse e um duelo aéreo defensivo ganho.
  • O defesa português acabaria por ser substituído antes do início da segunda parte, dando lugar a Vietto.
  • O início da segunda parte em tudo fazia lembrar o da primeira: o LASK Lins surgia mais atrevido e com bola junto da baliza sportinguista, mas desta vez o golo pertenceu aos “leões”.
  • Aos 58 minutos, Luiz Phellype surgiu sem marcação na área austríaca e cabeceou para o fundo da baliza após canto batido por Bruno Fernandes. Eficácia máxima da equipa “verde-e-branca”, que marcara no primeiro remate à baliza que fizera, numa altura em que os visitantes já levavam cinco disparos enquadrados.
  • O golo deu novo fôlego ao Sporting, que acabaria por dar a reviravolta no marcador aos 63 minutos. Bruno Fernandes, que momentos antes rematara para defesa de Schlager, colocou a bola no fundo da baliza após assistência de Luiz Phellype, no primeiro passe para finalização da noite para o brasileiro.
  • Boa exibição do ponto de vista defensivo por parte de Coates. Aos 70 minutos, o uruguaio levava já 12 acções defensivas, nove das quais alívios, a que somava ainda seis duelos ganhos em dez disputados e 40 passes (tantos quanto Mathieu e Bruno Fernandes, com quem repartia a liderança em termos deste dado estatístico).
  • A dez minutos do apito final, os dados continuavam a sorrir aos austríacos, que apresentavam 60% de posse na segunda parte, nove remates (mais quatro do que o Sporting), três dos quais à baliza. Para além disso, os visitantes tinham seis pontapés de cantos e até trocavam melhor a bola do que os “leões” (eficácia de passe de 73% contra 63% dos da casa).

O melhor em campo GoalPoint

Reinhold Ranftl foi uma verdadeira dor de cabeça para a defensiva leonina. Para além de ter assistido Raguz para o 1-0, numa das duas ocasiões de perigo que criou, o lateral austríaco somou 82 acções com bola, o máximo da noite, e 11 recuperações de posse, e arrancou um drible no último terço do campo.

O jogador de 27 anos teve ainda um papel importante na rectaguarda, com sete acções defensivas, entre as quais quatro desarmes, e sofreu uma falta em zona de perigo, terminando o desafio com 7.0 nos GoalPoint Ratings.

O melhor do Sporting, por sua vez, foi Coates 6.7, que somou 23 acções defensivas (entre as quais 15 alívios), seis passes progressivos certos e três duelos aéreos defensivos ganhos. No entanto, o uruguaio pecou com 13 passes falhados, seis deles no próprio meio-campo, três perdas de posse no primeiro terço, zona do campo onde ainda consentiu um drible.

Jogadores em foco

  • Acuña 6.6 – Ninguém fez tantos passes para finalização nem acertou tantos cruzamentos (quatro em ambos os casos) quanto ele. O argentino também recuperou a posse 16 vezes e completou seis desarmes, mas falhou ao perder a bola 18 vezes, três delas no primeiro terço, e ao sofrer três desarmes.
  • Renan Ribeiro 6.4 – Segurou os três pontos com seis defesas, três delas a remates de dentro da área, a que somou uma saída a soco. Dos seus 14 passes longos, cinco foram eficazes.
  • Bruno Fernandes 6.2 – Noite menos fulgurante do médio do que o habitual, apesar do golo e da assistência. Falhou 16 passes, seis deles no seu próprio meio-campo, perdeu a posse 32 vezes e controlou mal a bola em seis ocasiões. Tentou por sete vezes o drible, sendo feliz em quatro ocasiões.
  • Luiz Phellype 5.6 – Esteve ligado à vitória com um golo e uma assistência. Ainda assim, desperdiçou uma ocasião flagrante, acertou apenas sete passes em 17, venceu apenas dois duelos aéreos ofensivos em 16 disputados e controlou mal a bola em cinco ocasiões.
  • Vietto 4.6 – O avançado argentino entrou ao intervalo mas mexeu pouco com o jogo. Rematou apenas uma vez, de forma desenquadrada, não fez nenhum passe para finalização, foi apenas eficaz numa situação de drible em quatro tentativas, controlou mal a bola em três situações e consentiu um drible no primeiro terço do campo.
  • Bolasie 4.4 – O atacante congolês teve a nota mais baixa da noite. Não rematou nem criou nenhuma situação de perigo, falhou nove passes em 19, sete deles curtos, arrancou dois dribles em sete tentativas, perdeu 19 vezes a posse e somou quatro maus controlos de bola.

Resumo

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