Sporting 1-2 Porto | Leões lançaram foguetes e recolheram as canas na “meia festa” dos dragões

O FC Porto assumiu a dianteira nas meias-finais da Taça de Portugal. Na primeira mão, realizada em Alvalade, o Sporting até marcou primeiro, por Sarabia.

Apesar de se ter adiantado no marcador, a equipa da casa raramente soube lidar com o meio-campo reforçado dos “dragões”, pressionante e impositivo, permitindo rapidamente o empate, por Taremi de penálti, e a reviravolta, por Evanilson.

Golos que pesaram grandemente na força anímica (e física) dos “leões” que caíram de produção e nunca mais souberam importunar o último reduto portista. Tudo para decidir, no Dragão, a 20 de Abril.

Cautelas e caldos de galinha. Foi neste espírito que decorreu a primeira parte, sem que nenhuma das equipas se entregasse declaradamente ao ataque.

O Porto – numa espécie de meio-campo em losango – teve mais bola e iniciativa, recorreu à pressão logo à saída leonina no primeiro terço.

Mas a verdade é que o Sporting lá ia conseguindo realizar transições, acabando assim por ser a equipa mais perigosa, com três remates contra um e o único enquadrado – aos 23 minutos, Matheus Nunes rematou com estrondo, mas ao lado.

Ainda assim, foi pobre a primeira metade, sem grandes motivos de interesse.

Pedro Porro era o melhor ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 6.2, registando o máximo de acções com bola na área contrária (5), bem como três desarmes e duas intercepções.

A segunda parte começou praticamente com o 1-0, um tento “made in Spain”.

Pedro Porro bateu um livre na esquerda, mas recuado, para a entrada da área, apanhando desprevenida a defesa portista. Pablo Sarabia surgiu a rematar de primeira, em jeito, de pé esquerdo, para um tento espectacular, em linha com o que apontou ao Estoril na jornada 23 da Liga Bwin.

Mas tudo mudou depressa. Logo a seguir, aos 52 minutos, um corte incrível de Neto evitou o empate de Taremi, e aos 57, o árbitro assinalou penálti para o Porto, por falta de Porro sobre Evanilson. Taremi (59′) não falhou e empatou.

O Sporting sentiu o toque e, num lance rápido, Pepê serviu Taremi, este deixou de calcanhar para Evanilson e o brasileiro atirou para o 2-1 aos 64 minutos. O “leão” parecia sem energia, incapaz de ganhar segundas bolas e equilibrar a luta pelo meio-campo.

Em cima dos 90 minutos, Otávio teve tudo para marcar, mas atirou ao lado, nos descontos, Coates obrigou Marchesín a uma defesa incrível e, antes do apito final, foi Pepê a desperdiçar o terceiro. Tudo ainda em aberto para a segunda mão.

António Cotrim / Lusa

Melhor em Campo

Verdadeiramente decisivo. Mehdi Taremi foi o elemento desequilibrador de uma primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, ao estar directamente envolvido nos golos que ditaram a reviravolta do “dragão” na casa do “leão”.

Primeiro fez o empate de grande penalidade e, depois, com um toque de calcanhar, assistiu Evanilson para o 2-1 que fixou este primeiro encontro em Alvalade.

O GoalPoint Rating de 6.7 reflecte ainda cinco acções com bola na área contrária e seis tentativas de drible, embora só duas com sucesso.

Destaques do Sporting

Manuel Ugarte 6.7 – O médio leonino discutiu a liderança dos ratings com Taremi até à recta final. O uruguaio fez um grande jogo, no passe, falhando apenas dois de 22, e em especial nos momentos defensivos, com dez recuperações de posse, máximo da partida, quatro desarmes e outros tantos bloqueios de passe (também máximo).

Pablo Sarabia 6.5 – Que grande golo marcou o espanhol, num pontapé que já lhe vimos antes. Sarabia somou também seis passes ofensivos valiosos, outros tantos aproximativos e três super aproximativos.

Sebastián Coates 6.2 – O central teve na cabeça o 2-2 já nos descontos, mas o guarda-redes do Porto fez uma grande defesa. Pelo ar esteve intratável, com cinco duelos aéreos defensivos ganhos em sete.

Pedro Porro 6.1 – O lateral foi o melhor elemento da primeira parte, mas borrou a pintura na segunda, com uma grande penalidade escusada sobre Evanilson. Ainda assim, foi dele a assistência para o golo do compatriota Sarabia, criou uma ocasião flagrante, fez seis passes ofensivos valiosos, foi quem mais acções com bola somou na área contrária (6), completou três de seis tentativas de drible, registou sete conduções aproximativas e ainda fez cinco desarmes e quatro acções defensivas no meio-campo contrário.

Matheus Nunes 5.3 – Apesar do bom jogo de Ugarte nas suas costas, nota-se que a ausência de Palhinha lhe limita a propensão para agarrar a bola e ir por ali acima. Fez sete tentativas de drible, só uma com sucesso, e registou três desarmes e duas intercepções.

Luís Neto 5.3 – Aquele corte na segunda parte num lance com Taremi foi festejado pelo central como se de um golo se tratasse. De resto, sentiu muitas dificuldades para travar uma linha avançada do Porto nada dada a posicionamentos fixos.

Marcus Edwards 4.5 – O inglês entrou para a segunda parte e pareceu preso de movimentos, terminando com a pior nota da noite. tentou cinco vezes o drible, com sucesso em duas.

Destaques do Porto

Chancel Mbemba 6.5 – O congolês não facilitou nem um bocadinho. Bem no passe, com 90% de eficácia global, Mbemba registou o máximo de alívios, nada menos que oito.

Evanilson 6.1 – O brasileiro fez um remate e marcou um golo Pouco? Talvez, mas mostra uma eficácia assinalável. Foi também sobre ele cometida a falta para a grande penalidade que redundou no golo do empate, por Taremi.

Pepê 5.8 – Entrado para os últimos 32 minutos, o brasileiro surgiu solto, agressivo, mas nem sempre decidiu bem. Destaque para uma ocasião flagrante criada em dois passes para finalização e cinco acções com bola na área sportinguista.

Pepe 5.7 – Não confunda, agora falamos do central. Pepe esteve sempre muito atento, em especial às dobras, terminando, por isso, com nove recuperações de posse, segundo valor mais alto do jogo.

Vitinha Ferreira 5.7 – Desta feita o médio esteve menos esclarecido e foi obrigado a mais trabalho defensivo. Por isso mesmo registou seis desarmes, o valor mais alto da partida, falhando ainda quatro de 34 passes.

Matheus Uribe 5.6 – Um pouco como Vitinha, com a diferença que o uruguaio soltou-se mais vezes e terminou com dois remates. Em 44 passes completou 40 (91%) e ainda fez dois desarmes

Otávio 4.9 – O ala entrou para os derradeiros 32 minutos, lutou muito, mas acabou com a pior nota dos “dragões”, muito por culpa de uma ocasião flagrante perdida. Ainda assim fez quatro desarmes.

Resumo

Desentendimento “amigável”, foguetes e canas

No final do encontro, diz o Record, o treinador dos leões, Rúben Amorim, dirigiu-se ao técnico portista, a quem questionou as palmas pelo cartão amarelo exibido a Porro.

“É normal, o ano passado estava mais assim, há dias que não me aguento tanto, sou um rapaz novo. Achei irónico o Porro levar amarelo por simulação e o banco do FC Porto aplaudir, foi o que disse ao treinador do FC Porto. Nunca fui santo nem nunca vou ser santo. Mas há coisas piores no futebol português”, disse Amorim.

Sérgio Conceição desvalorizou a situação, considerando que o que aconteceu entre ambos foi algo normal.

“Não há ‘tête-à-tête’ nenhum. O que se passou foi que, num lance com o Porro, o árbitro marcou uma falta que não era e na segunda assinalou simulação e deu-lhe amarelo. Eu aplaudi a decisão do árbitro, o Rúben pensou que estava a falar com o jogador do Sporting e ficou irritado com isso”, explicou o técnico portista”.

“No final veio ter comigo a divergir da minha opinião, mas não me faltou ao respeito, eu também não lhe faltei ao respeito. Acho que são situações normais e não tem nada a ver com o que se passou no Dragão”, realçou o técnico em declarações à SportTV.

O jogo foi interrompido várias vezes, depois de os adeptos leoninos terem lançado petardos das bancadas para o relvado, junto à baliza de Adán. E o FC Porto não deixou de comentar o ocorrido, com alguma ironia, na sua newsletter.

“De ontem, além do triunfo, fica a imagem de um grupo sério e competente que não se deixou impressionar com os foguetes e petardos lançados pelos que também apanharam as canas“, realça a nota do clube azul e branco.

ZAP // GoalPoint

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