Splashdown! A nave Orion regressou à Terra (com a mala cheia de recordes)

A nave espacial Orion da NASA amarou no Oceano Pacífico, a oeste de Baja, Califórnia, após uma missão cheia de recordes, viajando mais de 2,2 milhões de quilómetros num percurso à volta da Lua e regressando em segurança à Terra, completando assim o teste de voo Artemis I.

A amaragem foi o marco final da missão Artemis I, que começou com uma descolagem bem-sucedida do foguetão SLS (Space Launch System) da NASA, a 16 de novembro, a partir da plataforma de lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy da NASA no estado norte-americano da Flórida.

Ao longo de 25,5 dias, a NASA testou a Orion no ambiente inóspito do espaço profundo antes de transportar astronautas durante a missão Artemis II.

“A amaragem da nave espacial Orion – que ocorreu exatamente 50 anos depois do pouso da Apollo 17 na Lua – é o maior feito da Artemis I. Desde o lançamento do foguetão mais poderoso do mundo até à excecional viagem à volta da Lua e o regresso à Terra, este teste de voo é um grande passo em frente na exploração lunar da Geração Artemis”, disse Bill Nelson, Administrador da NASA.

“Não seria possível sem a incrível equipa da NASA. Durante anos, milhares de indivíduos dedicaram-se a esta missão, o que está a inspirar o mundo a trabalhar em conjunto para alcançar margens cósmicas intocadas. O dia de hoje é uma enorme vitória para a NASA, para os EUA, para os nossos parceiros internacionais e para toda a humanidade”.

Durante a missão, a nave Orion realizou dois “flybys” lunares, chegando a 128 km da superfície do nosso satélite natural. A sua maior distância à Terra situou-se pouco acima dos 434.500 quilómetros, mais de 1000 vezes mais longe do que a altitude a que Estação Espacial Internacional orbita o nosso planeta, para intencionalmente “stressar” os sistemas antes de voar com tripulação.

“Com a Orion de regresso em segurança à Terra, podemos começar a ver a nossa próxima missão no horizonte, a qual irá levar uma tripulação à Lua pela primeira vez como parte da próxima era de exploração”, disse Jim Free, administrador associado da NASA para o ESMD (Exploration Systems Development Mission Directorate).

“Isto começa o percurso de uma cadência regular de missões e uma presença humana contínua na Lua para a descoberta científica e para a preparação de missões humanas a Marte“.

Antes de entrar na atmosfera da Terra, o módulo que será tripulado separou-se do módulo de serviço, que é a central propulsora fornecida pela ESA. Durante a reentrada, a Orion suportou temperaturas cerca de metade tão quentes quanto a superfície do Sol, aproximadamente 2760º C.

Em cerca de 20 minutos, a Orion abrandou de mais de 40.000 km/h para cerca de 32 km/h para a sua amaragem assistida por paraquedas.

Durante o teste de voo, a Orion permaneceu no espaço mais tempo do que qualquer nave espacial concebida para transportar astronautas, sem acoplar a uma estação espacial.

Na sua distante órbita lunar, a Orion ultrapassou o recorde de distância percorrida por uma nave espacial concebida para transportar humanos, previamente estabelecido durante a Apollo 13.

“A Orion regressou da Lua e está de volta em segurança ao planeta Terra”, disse Mike Sarafin, gestor da missão Artemis I.

“Com a amaragem, operámos com sucesso a Orion no ambiente do espaço profundo, onde excedeu as nossas expetativas e demonstrou que a Orion pode suportar as condições extremas do regresso através da atmosfera da Terra a partir de velocidades lunares”.

As equipas de recuperação trabalharam para assegurar a Orion na sua viagem de regresso a casa. A NASA lidera a equipa interagências de aterragem e recuperação a bordo do navio USS Portland, que consiste de pessoal e bens do Departamento de Defesa dos EUA.

A equipa inclui especialistas anfíbios da marinha, especialistas em meteorologia da Força Espacial e especialistas da Força Aérea, bem como engenheiros e técnicos do Centro Espacial Kennedy da NASA, do Centro Espacial Johnson da agência em Houston e das Operações Espaciais da Lockheed Martin.

Uma vez de volta “a casa”, as equipas vão abrir a escotilha e descarregar várias cargas úteis, incluindo o manequim “Comandante Moonikin Campos”, experiências de biologia espacial, Snoopy e o kit de voo espacial.

Em seguida, a cápsula e o seu escudo térmico serão submetidos a testes e análises ao longo de vários meses.

A Artemis I foi o primeiro teste integrado dos sistemas de exploração do espaço profundo da NASA – a nave espacial Orion, o foguetão SLS e os sistemas terrestres de apoio – e foi apoiada por milhares de pessoas em todo o mundo.

O esforço envolveu empreiteiros que construíram a nave espacial e o foguetão, às infraestruturas terrestres necessárias para o seu lançamento, parceiros internacionais e universitários, e pequenas empresas fornecedoras de subsistemas e componentes.

Através das missões Artemis, a NASA vai levar à Lua a primeira mulher e a primeira pessoa de cor, preparando o caminho para uma presença lunar a longo prazo e servindo de pedra angular para uma viagem humana a Marte.

// CCVAlg

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