Spartak 0 – 2 Benfica | Gaiola russa pequena demais para águia

Maxim Shipenkov / EPA

O Benfica deu um passo importante, mas não decisivo, para chegar ao “play-off” de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.

No duelo de treinadores portugueses (Rui Vitória e Jorge Jesus), a formação “encarnada” foi a Moscovo vencer o Spartak por 2-0, graças a uma exibição de grande nível, em especial na segunda parte, altura em que marcou os seus dois golos, por Rafa Silva e Gilberto.

Mas atenção, a partir desta temporada, os golos marcados fora não contam como factor de desempate, pelo que tudo está ainda em aberto.

“Águia” sempre mais forte

Jorge Jesus surpreendeu ao apostar num sistema de 3-4-3, e a verdade é que, numa primeira parte com momentos bem interessantes, o Benfica foi melhor, teve mais bola e criou as principais ocasiões de perigo, cinco lances bem gizados que, com melhor qualidade nas decisões e na execução, poderiam ter dado uma boa vantagem aos “encarnados”.

O Benfica rematou mais, mas terminou o primeiro tempo com os mesmos enquadrados que o Spartak (1), e com uma diferença grande na eficácia de passe e nas acções com bola na área contrária (3-13), demonstrativo da facilidade portuguesa em chegar a zonas de decisão. O pior foi mesmo a finalização.

Destaque para a saída de Seferovic, lesionado, entrando Gonçalo Ramos para o seu lugar.

Esse problema foi resolvido logo aos 50 minutos, com Rafa Silva a fazer golo após um excelente lance de envolvimento “encarnado” e com o último passe a pertencer a João Mário.

Aos 74, Lucas Veríssimo descobriu a desmarcação do recém-entrado Gilberto e este, na grande área, “fuzilou” Aleksandr Maksimenko.

Depois foi controlar o jogo e lançar contra-ataques e o Benfica criou lances suficientes para poder fazer mais golos.

No final, destaque para a maior quantidade de remates e, mais uma vez, para a facilidade com que a formação lisboeta chegou à área contrária, terminando com 40 acções nesta zona, contra 16 do seu adversário.

Melhor em Campo

A dificuldade que os moscovitas sentiram em criar perigo e até entrar na área benfiquista teve como um dos “culpados” o central Lucas Veríssimo.

O brasileiro fez um jogo consistente e competente e terminou como melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.0.

Praticamente sem falhas o desempenho de Veríssimo, que não só fez a assistência para o 2-0, como foi o jogador com mais acções com bola (85). Defensivamente esteve imperial: venceu os dois duelos aéreos defensivos em que participou, fez três desarmes, cinco intercepções, oito alívios e três bloqueios de passe/cruzamento.

Destaques do Spartak

Aleksandr Maksimenko 6.1 – O facto de o Spartak ter perdido e o seu melhor jogador ter sido o guarda-redes diz muito da partida. O guardião teve de enfrentar cinco remates enquadrados e travou três, todos a disparos na sua grande área, e somou duas saídas pelo ar eficazes.

Nail Umyarov 5.8 – O médio-defensivo do Spartak viu-se e desejou-se frente a João Mário, Pizzi e Rafa, que lhe apareciam na zona regularmente. No final registava quatro acções defensivas no meio-campo contrário, seis intercepções e três bloqueios de passe/cruzamento.

Samuel Gigot 5.7 – O central francês fez o que pôde perante as subidas dos jogadores benfiquistas em bloco. Obrigado a muito trabalho, terminou com 11 acções defensivas.

Destaques do Benfica

Rafa Silva 7.8 – A forma como o extremo surgia em velocidade nas costas da defesa ou entre os centrais e os laterais dos russos foi um dos problemas da equipa de Rui Vitória. O extremo fez um golo, três passes para finalização, seis passes ofensivos valiosos (máximo), somou dez acções defensivas na área contrária (também valor mais alto) e completou cinco de oito tentativas de drible.

Gilberto 6.9 – Entrado no segundo tempo para o lugar do desgastado Diogo Gonçalves, teve um impacto positivo no jogo. Em 27 minutos fez quatro passes ofensivos valiosos e marcou um golo.Julian Weigl 6.9 – Excelente jogo do alemão. Muito bem no passe, completou dez de 11 longos, 92% do global de entregas, criou a única ocasião flagrante da partida e ainda fez três desarmes e outros tantos bloqueios de passe/cruzamento.

Vlachodimos 6.6 – Não foi chamado a tanto trabalho como o guardião dos russos, mas quando foi, esteve bem, com três defesas, uma delas, na primeira parte, a evitar um golo quase certo.

Nicolás Otamendi 6.6 – O patrão da defesa benfiquista. O argentino foi voz de comando e esteve muito certo, com dez acções defensivas e três duelos aéreos defensivos ganhos em três.

João Mário 6.5 – Enorme jogo do médio ex-Sporting, não só no que o rating expressa, mas em outros detalhes não quantificáveis. O seu posicionamento foi perfeito, tal como a sua leitura de jogo e inteligência táctica, conseguindo sempre estar solto, sem marcação e a dar linhas de passe. Excelente a assistência para o 1-0, e ainda completou 63 de 67 passes (94%) e realizou três desarmes.

Diogo Gonçalves 6.3 – Após alguns dias afastado devido a problemas físicos, foi com alguma surpresa que surgiu de início, mas esteve em bom plano. Aos três passes ofensivos valiosos e 90% de eficácia de passe, juntou cinco acções com bola na área russa e três desarmes.

Álex Grimaldo 6.1 – Muito do futebol ofensivo do Benfica fluiu pelo seu flanco e o espanhol sentiu algumas dificuldades para fazer todo o corredor, em especial na recuperação defensiva. No ataque esteve muito bem, com quatro passes para finalização, cinco passes ofensivos valiosos e dois cruzamentos eficazes em quatro.

Jan Vertonghen 5.9 – O seu posicionamento evitou problemas de maior, perante a sua falta de velocidade. Algo que contribuiu para ter ganho quatro de sete duelos aéreos defensivos.

Pizzi 5.9 – O capitão benfiquista esteve algo desinspirado. Dono do máximo de remates da partida (4), não finalizou bem e no último passe nem sempre decidiu da melhor forma, embora tenha ainda feito dois passes para finalização.

Gonçalo Ramos 4.7 – Entrou algo a frio, perante a lesão de Seferovic, e a sua nota acaba penalizada pela flagrante desperdiçada. Somou seis acções com bola na área russa, fez três remates e destacou-se pelo trabalho árduo entre os centrais contrários.

Resumo

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