Este soutien pode salvar 12 milhões de vidas por ano

Canan Dağdeviren

Uma equipa de investigadores desenvolveu um adesivo de ultra-sons flexível e utilizável, concebido para revolucionar a deteção do cancro da mama.

A ambição da sua criadora, Canan Dağdeviren, foi inspirada por uma tragédia pessoal, após o diagnóstico da sua tia com uma forma agressiva de cancro da mama. Agora, a sua busca para criar um dispositivo capaz de realizar exames da mama mais frequentes tornou-se uma realidade.

Os métodos tradicionais de rastreio do cancro da mama, como as mamografias, enfrentam limitações. As mamografias implicam uma compressão desconfortável do tecido mamário e são efetuadas de dois em dois ou de três em três anos devido à exposição aos raios X. Além disso, a eficácia das mamografias diminui para as mulheres com tecido mamário denso.

A inovação de Dağdeviren procura colmatar estas lacunas através da introdução de um penso de ultra-sons do tamanho da palma da mão, concebido em forma de favo de mel, que se adapta à forma da mama, detalha a WIRED.

Este adesivo, que pode ser usado e que se fixa firmemente na copa do sutiã através de ímanes, capta dados em tempo real e tem a possibilidade de os enviar diretamente para uma aplicação móvel. A tecnologia inovadora elimina o desconforto das mamografias e oferece uma abordagem mais fácil e acessível ao rastreio do cancro da mama.

Uma em cada oito mulheres enfrenta um diagnóstico de cancro da mama durante a sua vida. O dispositivo de Dağdeviren, cujo objetivo é fornecer 730 pontos de dados anualmente, em comparação com a abordagem bienal tradicional, pode aumentar significativamente as hipóteses de deteção precoce. O impacto potencial é impressionante, com Dağdeviren a estimar a capacidade do dispositivo para salvar 12 milhões de vidas por ano.

Em julho de 2023, a equipa publicou um artigo de prova de conceito na Science Advances, demonstrando a capacidade do dispositivo de detetar cistos tão pequenos quanto 0,3 centímetros de diâmetro. Agora, a equipa prepara-se para um teste maior com mais participantes.

“Não é engraçado, sabemos tudo sobre o exterior – como é que não sabemos sobre os nossos tecidos neste século?”, questiona Dağdeviren.

Além do cancro da mama, Dağdeviren prevê aplicações mais amplas para o adesivo de ultra-sons. Ao colocá-lo na barriga durante a gravidez, ela observou os movimentos do seu bebé, sugerindo possibilidades de monitorizar vários aspetos do corpo humano.

O principal objetivo de Dağdeviren é tornar esta tecnologia inovadora acessível a indivíduos de alto risco, em particular aqueles com um historial familiar de cancro da mama.

ZAP //

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