Investigadores encontraram propriedades antimaláricas em algumas receitas de sopa. O objetivo passa agora por perceber quais são os ingredientes que atuam contra a malária.
A sopa é dos pratos mais clássicos e comidos em todas as casas portuguesas. Tanto pelo preço como pelo sabor, desde pequenos que somos habituados a comer sopa. Além disso, tem um grande valor nutricional, já que é cozinhado lentamente e preserva todos os nutrientes necessários para a nossa saúde.
Quando estamos com gripe, os nossos pais e avós sempre nos aconselharam a comer canja de galinha. E se a sopa também pudesse ser útil contra outras doenças? A verdade é que um estudo realizado por estudantes da Escola Primária de Eden, em Londres, e investigadores do Imperial College descobriram que algumas sopas feitas pelas suas famílias têm propriedades antimaláricas.
Para perceberem quais delas poderiam ter este efeito, cientistas e crianças testaram os caldos das sopas à procura de atividade contra o parasita da malária. Os resultados do estudo foram publicados esta segunda-feira na revista Archives of Disease in Childhood.
Algumas destas sopas mostraram, de facto, ser eficazes contra o parasita da Malária Plasmodium falciparum. De acordo com o Tech Explorist, cinco delas conseguiram conter em metade o crescimento do parasita no seu estágio causador de doença. Em duas destas, o seu efeito foi comparável ao de um dos principais medicamentos antimaláricos.
Além disso, quatro outras sopas mostraram-se mais de 50% viáveis para dificultar o processo de transmissão a outras pessoas.
E que sopas eram estas que tinham estas propriedades antimaláricas? As receitas variavam, sendo algumas delas vegetarianas e outras à base de frango ou bife. Os investigadores realçam que não havia nenhum ingrediente particular em comum entre as sopas com maior efeito contra a malária.
O próximo passo é identificar quais são os ingredientes responsáveis por estas propriedades, algo que ainda não foi feito até ao momento. Para o efeito, será necessário isolar os ingredientes antes de fazer testes de toxicologia e eficácia, primeiro nas células humanas e depois nos ensaios pré-clínicos.
“É emocionante encontrar possíveis caminhos para o desenvolvimento de futuros medicamentos em algo como a sopa da sua avó“, salientou o líder da investigação, Jake Baum.