Apesar de estar a subir na maioria das sondagens, Pedro Sánchez continua a ter o fantasma das coligações pós-eleitorais.
Na última sondagem publicada pelo Centro de Investigação Sociológica (CIS) espanhol, o Partido Socialista dos Trabalhadores Espanhóis (PSOE) de Pedro Sánchez surge com 32,2% dos votos, o que equivale a um número de deputados entre os 133 e os 150. Isto significa que, para atingirem uma maioria absoluta (176), os socialistas precisariam apenas do Unidas Podemos (esquerda populista) ou do Cidadãos (direita liberal).
Segundo o Expresso, há problemas com ambas as formações partidárias. Anteriormente, o Unidas Podemos já se negou a aceitar as condições de Pedro Sánchez, enquanto que o Cidadãos não é visto como o parceiro preferido dos eleitores mais à esquerda do PSOE.
Aliás, foi pelo facto de o PSOE e o Unidas Podemos não terem chegado a acordo que Espanha tem de repetir eleições, no dia 10 de novembro. Resta só saber se, desta vez, as duas forças políticas se entendem ou se, por outro lado, Sánchez prefere centrar conversas à sua direita, com o Cidadãos.
Esta pesquisa citada pelo semanário foi finalizada no dia anterior ao conhecimento da sentença dos líderes políticos que receberam penas de prisão por lutarem pela independência da Catalunha, um movimento inconstitucional à luz da atual lei espanhola. Além de a sondagem não ter em conta esse fator, também não leva em conta os violentos distúrbios que se seguiram à decisão do Supremo nem a exumação de Franco.
Neste âmbito, a questão da Catalunha pode mesmo tornar-se decisiva, uma vez que os socialistas defenderam a “restrição” e “proporcionalidade” com que o governo agiu diante dos distúrbios, coisa que poderá ter alienado alguns.
O Partido Popular (PP, centro-direita) aparece com 18,1% das intenções de votos e poderia obter entre 74 e 81 deputados. O Cidadãos seria o terceiro com 10,6% dos votos e entre 27 e 35 assentos. O Unidas Podemos, uma coligação de várias forças de esquerda, conseguiria entre 37 a 45 cadeiras e 14,6% dos votos.
O partido de extrema-direita Vox cairia em comparação com o resultado de abril, de 24 assentos para um máximo de 21 ou um mínimo de 14 (com 7,9% dos votos). Más País, a de centro-esquerda, obteria entre três e quatro deputados com 2,9% dos votos, algo longe do que foi sendo atribuído a este novo movimento nas últimas semanas.