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“Somos o que comemos”: a máxima que serve tanto para as pessoas, como para os peixes

Brian Hunt / UBC

“Somos o que comemos.” Cientistas da UBC – University of British Columbia concordam com o famoso ditado e vão mais longe: pode ser aplicado tanto a seres humanos, como a peixes.

O salmão e o arenque alimentam-se de zooplâncton, mas, até agora, pouco se sabia sobre a importância da qualidade nutricional para estes peixes jovens.

Um novo estudo, realizado por uma equipa da UBC – University of British Columbia, mediu as propriedades bioquímicas do zooplâncton no Estreito da Geórgia, incluindo ácidos gordos essenciais, unicamente para responder às questões sobre o valor nutricional de diferentes espécies de zooplâncton e a sua variabilidade espacial e sazonal nesta região.

“Provamos que as mudanças sazonais nas vias da cadeia alimentar de plâncton conduzem à variabilidade na composição de ácidos gordos”, explicou David Costalago, principal autor do estudo publicado no dia 22 de maio na Scientific Reports. “Esta mudança sazonal conferiu um valor nutricional mais alto ao zooplâncton no verão.”

De acordo com a investigação, as diferenças na qualidade do zooplâncton como presa são muito importantes para o salmão juvenil, uma vez que este animal depende de alimentos nutritivos para se desenvolver de forma saudável.

“As diferenças que encontramos na composição de ácidos gordos das espécies de zooplâncton neste estudo sugerem que as mudanças causadas pelo clima na composição das comunidades de zooplâncton podem ser um fator importante no declínio do salmão“, afirmam os cientistas.

Com este estudo fica claro que o crescimento e a sobrevivência dos peixes são condicionados pela qualidade nutricional dos alimentos, sendo mais provável que os peixes que crescem rapidamente nas fases iniciais da vida se reproduzam mais facilmente.

Segundo o EurekAlert, a equipa defende que é necessário melhorar a monitorização da nutrição no oceano e entender as vias nutricionais que conectam a base da cadeia alimentar ao resto do ecossistema.

“Ao determinar a disponibilidade de presas de alta qualidade para estes grupos de peixes comercialmente importantes, podemos melhorar as estimativas da produtividade do arenque e do salmão”, rematou Costalago.

ZAP //

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