Sogrape e cinco cadeias de supermercado multadas em 17,2 milhões de euros pela Concorrência

Em causa está a fixação de preços de bebidas como vinhos, whiskies e champanhe.

A alegada participação num esquema de fixação de preços valeu à Auchan, E.Leclrerc, Intermaché, Modelo e Pingo Doce, assim como à Sogrape – uma fornecedora comum – e a dois responsáveis individuais uma multa de 17,2 milhões de euros. Em causa estão produtos como vinhos, das marcas portuguesas como Mateus, Gazela, Casa Ferreirinha, Porto Ferreira, Offley e Sandeman, whiskies e champanhe.

A prática ilegal terá decorrido entre 2006 e 2017, aponta a Autoridade da Concorrência (AdC). De acordo com o organismo, os envolvidos são acusados de “combinarem preços em prejuízo dos consumidores”. “A prática é prejudicial para os consumidores e afeta a generalidade da população portuguesa”, defende a AdC, citada pelo Público.

A AdC recorda ainda no parecer emitido que estas cadeias de supermercado já tinham sido condenadas recentemente pelo mesmo tipo de prática, a qual, descreve a entidade, “elimina a concorrência, privando os consumidores da opção de melhores preços, assegurando melhores níveis de rentabilidade para toda a cadeia de distribuição, incluindo fornecedor e as cadeias de supermercados”.

O valor total da multa (17,2 milhões de euros) será dividido pelos visados: 5,5 milhões de euros para a Pingo Doce (pertencente à Jerónimo Martins; 4,8 milhões para a Sogrape Distribuição; 4,3 milhões de euros para a Modelo-Continente (da Sonae), 1,21 milhões de euros para a ITMP Alimentar (da marca Intermarché); 1,20 milhões de euros para a Auchan Retail Portugal e 140 mil euros para a Cooplecnorte (que opera os supermercados E.Leclerc).

Os valores restantes são aplicados aos dois responsáveis individuais, que não foram identificados.

Após o anúncio da decisão, o grupo Sogrape já veio anunciar que vai recorrer da decisão, a qual considera “absolutamente injusta, incorreta e mesmo incompreensível”, pelo que confia que, em sede de recurso judicial, terá oportunidade de esclarecer “os factos”. A empresa de fornecimento afirma ainda que “nunca na sua história foi acusada de qualquer comportamento anti-concorrencial”.

ZAP //

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