Desenvolvido pela Intel, o software que possibilita ao físico Stephen Hawking falar está agora disponível na Internet.
O programa ‘Assistive Context-Aware Toolkit’ (ACAT), feito originalmente para Hawking, interpreta sinais visuais e traduz para palavras, sendo estas ditas por uma voz sintetizada.
O software está agora disponível no GitHub, um site de partilha de programação, e o download é gratuito, noticia a BBC.
O ACAT pode ser usado no Microsoft Windows 7 e versões superiores, mas a Intel pretende aperfeiçoá-lo e desenvolver novas interfaces para outros doentes.
O físico britânico não foi o único a usar este software. Segundo a BBC, outras pessoas com doenças do neurónio motor tiveram essa oportunidade.
Stephen Hawking luta contra a esclerose lateral amiotrófica há vários anos, uma doença que afeta as células que controlam a atividade muscular.
Em declarações à BBC, a Intel disse que, para além de enviar textos para o sintetizador, o software executa outras funções.
“Existem menus para aceder a diferentes partes do computador. Se quiser usar o Word, navegar ou falar na Internet o ACAT faz isso”, afirma Lama Nachman, engenheira responsável pelo projeto.
Nachman espera que o programa seja aperfeiçoado para corresponder às necessidades de cada paciente.
“Também existe um acelerómetro (sensor de movimento) para pacientes que conseguem usar apenas o dedo, e um sistema para quem consegue carregar em botões”, acrescenta.
A Associação de Doenças do Neurónio Motor (MND), presente no Reino Unido, elogiou a iniciativa da Intel.
“Ajudar a manter a comunicação de uma pessoa com MND pode ser tão simples como usar um papel e uma caneta. Mas, à medida que a doença avança, as pessoas muitas vezes perdem o uso das mãos também”, disse Karen Pearce, diretora de assistência da associação.
“É aí que a tecnologia de ponta AAC (Comunicação Ampliada e Alternativa) pode ajudar, mas é fundamental que os terapeutas de discurso e linguagem avaliem as melhores opções para as famílias”, remata.
Euan MacDonald é um das muitas pessoas que sofrem da doença do neurónio motor e, na sua perspetiva, “a AAC é uma parte fundamental” da sua vida.
“Ao contrário das pesquisas médicas, a tecnologia está a evoluir muito rápido e é entusiasmante ver coisas novas a surgir todos os anos”, disse.
“Quanto mais tecnologias que nos ajudem a expressar o que pensamos existirem, melhor”, conclui.
ZAP / BBC