“Bravo”: Sócrates elogia (e critica) AD e lembra o que PS não fez

ZAP // José Sena Goulão, José Coelho / Lusa

Três nomes fortes dos socialistas foram rápidos a reagir ao anúncio do novo aeroporto. Pedro Nuno nunca teve dúvidas, Costa saúda decisão

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou na terça-feira que o Governo aprovou a construção do novo aeroporto da região de Lisboa em Alcochete, seguindo a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI).

O secretário-geral do PS manifestou o “apoio inequívoco” a essa decisão, tema sobre o qual diz ter havido articulação.

Numa reação minutos depois da declaração de Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos saudou esta decisão do Governo português, uma decisão que disse ser muito importante para si próprio, mas sobretudo para o país.

“Saudamos a decisão e queremos dar nota do apoio inequívoco do PS”, enfatizou.

Questionado sobre se tinha havido contactos com o executivo previamente, o líder do PS respondeu que foi ouvido e que essa “articulação aconteceu”.

Pedro Nuno Santos afirmou que nunca teve dúvidas de que “Alcochete era a melhor localização. Há dois anos, quando tomei essa decisão, ela não foi nenhuma decisão irrefletida, o país já levava 50 anos a estudar localizações. Havia, na minha opinião, condições para podermos decidir de forma ponderada a localização do aeroporto em Alcochete”.

António Costa

O antigo primeiro-ministro António Costa saudou hoje a “maturidade democrática” do Governo liderado por Luís Montenegro e do PS.

“Felicito a Professora Rosário Partidário e todos os membros da Comissão Técnica Independente e saúdo a maturidade democrática do Governo e do PS a honrarem o compromisso assumido”, pode ler-se numa publicação na rede social X.

José Sócrates

O antigo primeiro-ministro José Sócrates afirmou na terça-feira que o atual Governo PSD/CDS-PP fez em 30 dias o que o anterior não fez em oito anos ao retomar a decisão de construir o novo aeroporto em Alcochete.

“O Governo fez em 30 dias o que o anterior governo não foi capaz de fazer em 8 anos – regressar às decisões do Governo Sócrates. A todas elas: ao aeroporto em Alcochete, à nova travessia do Tejo e a o TGV Lisboa-Madrid”, escreveu o antigo primeiro-ministro (2005/2011) numa nota enviada à agência Lusa.

José Sócrates considerou depois “muito divertido assistir ao pulo acrobático dos partidos da direita”, numa alusão ao PSD e CDS-PP.

O que antes eram obras faraónicas e desperdício de recursos públicos passaram agora a constituir infraestruturas absolutamente prioritárias para o desenvolvimento. Bravo. 16 anos depois”.

Na mesma nota, o antigo líder dos socialistas insurgiu-se contra o discurso dos “cinquenta anos de estudos” sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, considerando que com isso se “pretende meter tudo no mesmo saco”.

“Muito conveniente, mas falso. Absolutamente falso. No meu Governo, estudámos e tomámos decisões. 16 anos depois voltamos a elas. 16 anos depois”, acentuou.

José Sócrates pediu a demissão em março de 2011 em consequência do chumbo da quarta versão ao Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), levando o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, a pedir a intervenção da Troika.

ZAP // Lusa

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