O número de mulheres mortas desde o início do ano em contexto de violência doméstica subiu para 16, segundo a contabilidade feita pelo Público com base nas notícias publicadas sobre o assunto. O número exclui um homem e uma criança que morreram igualmente vítimas de violência doméstica em 2019.
No último caso conhecido, a vítima é uma mulher de 42 anos, desempregada, residente na freguesia da Penha de França, em Lisboa, que já tinha denunciado pelo menos dois episódios de agressão às autoridades policiais, avançou na terça-feira o jornal diário.
O caso foi divulgado através de um comunicado do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP que deu conta que, na passada quinta-feira, foi detido um homem de 44 anos, “suspeito da prática reiterada de crime de violência doméstica nos últimos dias”. A nota revelou que a violência exercida sobre a companheira culminou “com a morte da vítima”.
Uma fonte das relações públicas do comando metropolitano explicou ao Público que, por volta das 14:00 de quinta-feira, o casal teve uma discussão presenciada pelo filho de 15 anos. Já a troca acesa de palavras terminara quando o suspeito pediu ao filho para ir às compras. Cerca de uma hora mais tarde, telefonou ao filho pedindo-lhe para regressar a casa, porque a mãe estava caída no chão, inanimada.
Entretanto foram acionados os meios de emergência que tentaram socorrer a mulher, sem sucesso. Foram os hematomas e as escoriações que levaram a equipa de socorro a alertar a polícia. Quando viu as autoridades chegar, relatou a mesma fonte policial, o suspeito terá dito repetidamente que tinha feito “asneira”.
“As agressões por parte do suspeito acontecem, pelo menos, desde 2017, havendo episódios praticados na presença do filho de ambos”, referiu o comunicado da PSP. Em abril de 2017, o homem, pintor da construção civil, já tinha sido detido por aquela polícia. Foi presente a primeiro interrogatório judicial, mas voltou a casa. Desta vez, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa determinou a sua prisão preventiva.