Só mais cinco minutos? Os humanos podem precisar de dormir mais durante o inverno

Cientistas aconselham que as rotinas humanas sejam adaptadas nos meses mais frios, a começar pelos horários de trabalho e escolares.

Os últimos dias não nos têm brindado com temperaturas especialmente baixas, mas nem assim sair da cama de manhã se tornou mais fácil. Se sentiu esta dificuldade exacerbada nos últimos meses, fique a saber que um novo estudo científico concluiu que, apesar de não hibernarem, os humanos podem precisar de dormir mais durante os meses frios.

De acordo com análises feitas, os indivíduos tendem a ter mais sono REM (sigla em inglês para “movimento de olhos rápido”) no inverno. O sono REM, escreve o The Guardian, está diretamente relacionado com o relógio circadiano, o qual é afetado pelas alterações da luz. No inverno, esta tipologia de sono pode ser até 30 minutos mais longa do que no verão.

A pesquisa destaca também que até na população urbana com disrupções de sono, os indivíduos experienciam sonos REM mais longos no inverno do que no verão. As conclusões também se aplicam às pessoas com padrões de sono saudáveis, o que pode significar uma primeira evidência de talvez seja necessário ajustar os hábitos de sono consoante as épocas do ano.

Segundo Dieter Kunz, um dos autores do estudo e médico do Hospital St Hedwig, na Alemanha, “a sazonalidade é omnipresente em qualquer ser vivo“. “Apesar de termos um desempenho estável durante o inverno, a verdade é que a fisiologia humana fica desregulada, a qual se sente mais em fevereiro ou março.”

Como tal, o especialista entende que, “enquanto sociedade, precisamos de ajustar os hábitos de sono, nomeadamente a duração e o calendário, à estação do ano, sem esquecer os horários escolares e de trabalho“.

Ainda de acordo com o jornal inglês, durante o sono REM, a atividade cerebral aumenta e as pessoas conseguem sonhar. Um sono normal deverá começar com as três fases de sono não REM, seguido do um pequeno período de sono REM.

Apesar de reconhecerem que os resultados alcançados precisam de ser validados em pessoas sem complicações de sono, as alterações sazonais podem ter ainda mais impacto na população saudável.

Durante o estudo, foram recrutados 292 pacientes que tinham sido submetidos a polissonografias, também conhecido como exame do sono. Este é feito sobretudo a indivíduos com dificuldades relacionadas com sono. É lhes pedido, por isso, que durmam naturalmente num laboratório especial sem qualquer despertador, de forma a que o tipo e a qualidade de sono possam ser avaliados e monitorizados — assim como a duração.

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