Não quer voltar para o hospital? Responda às SMS que recebe

Mensagens enviadas nos 30 dias seguintes após alta hospitalar podem ser fundamentais para evitar nova ida às urgências.

Não consta que exista em Portugal, pelo menos no Serviço Nacional de Saúde, mas pode ser um bom exemplo de importação dos Estados Unidos da América.

Um estudo da Universidade da Pensilvânia, publicado na revista JAMA Network Open, avaliou um programa de SMS pós-alta hospitalar.

Durante os 30 dias seguintes à alta, as mensagens são enviadas automaticamente para o telemóvel da pessoa que esteve internada.

Não são mensagens enviadas pelo hospital, mas sim pelos cuidados primários. Centros de saúde, no nosso caso.

Na primeira semana foram enviadas três mensagens de check-in; depois passou a ser enviada uma SMS por semana.

Na mensagem lia-se a pergunta: “Podemos ajudar-te em algo, hoje?”. E o paciente podia escolher respostas como “não me sinto bem” ou “preciso de ajuda com os meus remédios”. E mais de 80% dos pacientes responderam a pelo menos uma SMS de introdução.

Nas mensagens também seguiam as indicações de telefonar para o hospital, se fosse necessário.

Qualquer necessidade identificada pela plataforma de mensagens automatizadas era encaminhada para a equipa médica, através do registo médico electrónico.

A análise foi realizada durante um ano, entre Agosto de 2020 e Agosto de 2021, em Filadélfia, EUA. Quase 1.000 pacientes estiveram envolvidos no estudo.

A ideia era perceber se esse envio de SMS, de acompanhamento do paciente, faziam com que a pessoa não voltasse às urgências (pelo menos durante o mês seguinte).

Os resultados confirmaram a ideia: graças a essas mensagens, houve menos 41% pacientes a voltarem ao hospital durante esses 30 dias e menos 55% de probabilidade de ficarem novamente internados. Isto comparando com outro grupo de pacientes que não recebeu qualquer SMS.

Obviamente uma mensagem não faz diagnósticos, nem cura ninguém. Mas estas indicações, mesmo que já programadas, são um “pequeno empurrão” para a melhoria dos doentes, sugere o portal Science Alert.

A equipa norte-americana acredita estas estratégias de cuidados primários aumentam a proximidade com os centros de saúde e, essencialmente, são boas estratégias de apoio aos pacientes, com resultados confirmados – retirando simultaneamente carga de trabalho aos profissionais dos hospitais.

Além disso, as SMS substituem um sistema que gasta mais tempo, dá mais trabalho e que tem outros custos: telefonar.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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