A IL já mudou o seu: a importância e os critérios dos slogans

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Filipe Amorim / LUSA

Rui Rocha durante a apresentação do programa eleitoral da Iniciativa Liberal

A frase que Rui Rocha usa para inaugurar um debate é uma actualização do que João Cotrim de Figueiredo dizia. Há exemplos históricos.

“Muitos prometem…Eanes cumpre. Vota Eanes. O candidato de Portugal”
– campanha de Ramalho Eanes, 1976

“Para Presidente um Homem de palavra. Vota Zenha”
– campanha de Salgado Zenha, 1986

“Soares é fixe”
– campanha de Mário Soares, 1991

“Marcelo. O Presidente de todos os portugueses”
– campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, 2016

Todos são slogans.

Os slogans são frases curtas, que resumem a mensagem principal de uma candidatura ou de um partido político.

Têm como objectivo essencial ficar na memória dos eleitores durante as campanhas eleitorais. Quase como se pudessem ser cantados.

Podem ajudar a atrair a atenção dos eleitores, reforçar a imagem e o posicionamento do candidato ou do partido, transmitir os valores, as propostas e os objectivos da campanha. Querem convencer em poucas palavras.

Também tenta criar identificação, aumentar o alcance dos eventuais apoiantes e simpatizantes; e influenciar a opinião pública e o comportamento eleitoral.

Já foram objectos de estudos e tentam igualmente diferenciar-se dos concorrentes.

Para criar um slogan eficiente, é preciso levar em conta alguns critérios: o público-alvo e as suas necessidades, expectativas e sentimentos; o contexto político, social e económico; a personalidade, a história e o diferencial do candidato ou do partido; coerência, clareza e criatividade da mensagem; sonoridade, a ritmo e a originalidade da frase.

Actualização liberal

João Cotrim de Figueiredo utilizava sempre a mesma frase no início de um debate, na campanha para as legislativas de 2022: “O Liberalismo funciona e faz falta a Portugal”.

Começava sempre com esse slogan. Fosse qual fosse o adversário, fosse qual fosse a primeira pergunta do jornalista.

Chegou a ser alvo de chacota num programa de Ricardo Araújo Pereira – em que o próprio candidato da IL estava e também sorriu.

Dois anos depois, já não há João Cotrim de Figueiredo nos debates e já não há essa frase.

Mas a IL continua a apostar numa frase, sempre a mesma, para abrir um debate, onde agora o partido é representado por Rui Rocha.

Já deu para perceber nos dois debates em que participou (com Pedro Nuno Santos e com André Ventura) que o líder dos liberais vai aproveitar cada debate para lembrar que “o único voto que muda Portugal é o voto na Iniciativa Liberal“.

Desta vez até rima. E a ideia é os eleitores decorarem – na outra vez resultou.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

2 Comments

  1. Quem é que quer saber de slogans?!!
    Os portugueses querem é saber quem tem os melhores e as melhores políticas para governarem o país, e isso não se faz com slogans

  2. Cara Lucinda,
    se os Portugueses quisessem as melhores políticas para o país não teríamos este governo.
    o que os Portugueses querem é que lhes digam que amanhã vai ser um bom dia. Em especial para eles próprios. Ninguém quer saber do dia depois de amanhã.

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