Depois da NASA ter anunciado a descoberta de um sistema solar com sete planetas, uma equipa de cientistas da Universidade de Chicago concluiu que formas de vida, como bactérias ou organismos unicelulares, poderiam percorrer o sistema TRAPPIST-1 e “semear” vida entre exoplanetas.
“Parece provável uma troca frequente de material entre planetas adjacentes no íntimo sistema TRAPPIST-1”, comenta Sebastiaan Krijt, autor principal do estudo publicado no Astrophysical Journal Letters.
Para que isso aconteça, um asteroide ou cometa terá que atingir um dos planetas, lançando detritos suficientemente grandes para o espaço e isolando a forma de vida dos perigos da viagem espacial.
O material teria que ser expelido rápido o suficiente para romper a atração gravitacional do planeta, mas não tão rápido que destruísse a forma de vida. E a viagem teria que ser relativamente curta para que a forma de vida pudesse sobreviver.
Os cientistas realizaram várias simulações para o TRAPPIST-1 e descobriram que todo o processo poderia ocorrer durante 10 anos. A maior parte da massa transferida entre planetas, que seria grande o suficiente para que a vida sobrevivesse à irradiação durante a transferência e ao calor durante a reentrada, seria ejetada a uma velocidade apenas ligeiramente superior à velocidade de escape.
“Dado que os sistemas planetários íntimos estão a ser detetados com mais frequência, esta investigação fará com que repensemos o que esperamos encontrar em termos de planetas habitáveis e de transferência de vida – não só no sistema TRAPPIST-1, mas também noutros lugares,” afirmou o co-autor do estudo, Fred Ciesla.
“Devemos pensar em termos de sistemas de planetas como um todo, e como interagem, e não em termos de planetas individuais”, adiantou o especialista.
O primeiro exoplaneta, um planeta em órbita de uma estrela que não o Sol, foi confirmado em 1992. Atualmente, já foram descobertos mais de 3600 exoplanetas e já foram confirmados mais de 600 sistemas exoplanetários múltiplos.
Segundo os cientistas, a intenção não é tanto descobrir novos planetas, mas sim caracterizá-los, determinar como evoluíram e entender como interagem.
Os sistemas exoplanetários servem como laboratórios para ajudar os cientistas a compreender o Sistema Solar, realça Ciesla, sublinhando que 40 mil toneladas de detritos espaciais caem na Terra a cada ano.
“O material da Terra deve estar a flutuar por aí e é concebível que possa estar a transportar vida. Algumas formas de vida são muito robustas e podem sobreviver à viagem espacial”, destacou.
ZAP // CCVAlg