Novos sistema deteta icterícia em bebés (e potencia tratamento não invasivo)

(dr) Envato Elements

A icterícia é uma patologia que causa a cor amarela da pele, dos tecidos e dos fluidos expelidos pelo organismo. O problema é frequente nos recém-nascidos e acontece porque estes têm mais glóbulos vermelhos do que precisam. Agora, um novo método pode ser eficaz no tratamento.

60% dos bebés recém-nascidos são afetados por icterícia e, embora este problema tenha tendência a desaparecer com o tempo, também pode causar a perda de audição ou danos cerebrais.

Neste sentido, é importante detetar e tratar a condição o mais rápido possível. Agora, surgiu um novo sistema que pode ajudar.

Como escreve o New Atlas, os bebés que sofrem de icterícia têm a pele visivelmente amarela, devido aos níveis excessivos de um pigmento conhecido como bilirrubina que está presente na corrente sanguínea. Nos casos em que esses níveis estão a tornar-se perigosamente altos, a exposição à luz azul é usada de modo a neutralizar a bilirrubina da pele do bebé.

Ao longo do tempo têm sido usados dispositivos óticos que são capazes de detetar icterícia através da análise da cor da pele de um bebé, mas estes podem ser prejudiciais à pele da criança – que se carateriza por ser extremamente sensível.

“[Outros] métodos testados não eram confiáveis, eram caros, ineficientes e, em alguns casos, causavam infeções e alergias ao terem contacto com a pele”, refere Javaan Chahl, principal autor do estudo.

Com o objetivo de encontrar uma alternativa menos invasiva, uma equipa de cientistas desenvolveu um sistema em que uma webcam comum está constantemente a apontar para o bebé a uma distância de 30 cm. Um microprocessador Arduino Uno vinculado é também usado para analisar continuamente a saída da câmara, através de um programa personalizado.

Se for determinado que a pele do bebé está a ficar muito amarela, o Arduino aciona automaticamente uma luz LED azul adjacente, além de enviar um alerta por SMS para um cuidador anteriormente designado. A grande vantagem deste método é que todo o processo demora apenas um segundo.

Depois de ler a mensagem, o responsável pode verificar a condição do bebé por si mesmo, permitindo que o tratamento de fototerapia continue caso seja necessário.

Chahl explica que “o novo sistema supera todos os obstáculos ao detetar imediatamente a icterícia com base numa nova representação digital de cores que permite alta precisão diagnóstica a um custo relativamente baixo”.

O método já se mostrou promissor na avaliação dos níveis de bilirrubina em 20 recém-nascidos com icterícia anteriormente identificada, mas também é capaz de diferenciar bebés saudáveis ​​de ictéricos. Mas para já, ainda estão a ser organizados novos testes.

O estudo foi recentemente publicado na revista Designs.

ZAP //

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