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Sindicatos de transportes entregaram 1.103 pré-avisos de greves a este governo

Tiago Petinga / Lusa

Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse esta sexta-feira que, durante a actual legislatura, foram entregues 1.103 pré-avisos de greve por sindicatos ligados ao sector dos transportes, número que, na sua opinião, demonstra a “banalização” de um direito.

O governante explicou que os pré-avisos de greve tiveram como alvo empresas como o Metropolitano de Lisboa, a CP – Comboios de Portugal, a Carris e a Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (rodoviárias), a CP Carga, a Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, a companhia aérea TAP ou a Refer – Rede Ferroviária Nacional.

“Quando alguns agentes políticos falam na banalização da greve, acho que é disto que estão a falar. Se 1.103 pré-avisos de greve não é a banalização de um direito, não sei o que será”, sublinhou Sérgio Monteiro em declarações aos jornalistas, à margem do nono encontro Transportes em Revista, que decorreu esta sexta-feira em Lisboa.

A actual legislatura teve início há 1450 dias atrás, a 5 de junho de 2011. Em 4 anos, em média, foram entregues mais de 5 pré-avisos de greve por semana nos transportes – mais de 1 pré-aviso por dia útil.

Os sindicatos agendaram a oitava greve deste ano para esta sexta-feira, no Metropolitano de Lisboa. As estações encerraram às 23h20 de quinta-feira devido à greve de 24 horas em protesto contra a subconcessão da empresa e contra a possível dispensa de trabalhadores, estando prevista a reabertura às 6h30 de sábado.

Questionado sobre esta paralisação, Sérgio Monteiro disse não entender as razões e acusou os sindicatos de luta política.

“Uma greve que, mais uma vez, penaliza aqueles que têm menos culpa, que são os utentes, os clientes do transporte público, no caso de hoje do Metro, que já pagaram o passe para o mês, vêem, mais uma vez, o serviço do Metropolitano interrompido e por razões que eu, confesso, não consigo compreender”, afirmou o governante.

Sérgio Monteiro assegurou que o Governo “está determinado em levar até ao fim a reforma profunda no sector”, nomeadamente com a assinatura do contrato de subconcessão do Metro e da Carris, com o grupo espanhol vencedor Avanza, no decorrer do mês de Julho.

O secretário de Estado dos Transportes espera que após a subconcessão haja uma pacificação das relações laborais e consequentemente uma redução do número de greves.

Em relação aos eventuais despedimentos, após a sua passagem para a gestão privada, Sérgio Monteiro sublinhou que nos quatro anos desta legislatura não houve um despedimento nas duas empresas.

ZAP / Lusa

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