O Sindicato Independente dos Médicos avançou com uma proposta, na qual propõe ao Governo que os médicos sem especialidade possam passar pelo INEM, de forma a dar uma saída aos chamados “indiferenciados”.
De acordo com o Diário de Notícias, que avança com a notícia esta quinta-feira, só em 2018, 700 candidatos ficaram fora do internato. E existem cerca de dois mil médicos que não têm especialidade em Portugal.
A proposta, que partiu do sindicato mas que também foi discutida no seio da Ordem dos Médicos, pretende dar resposta aos médicos que ficaram fora do internato, podendo estes profissionais passar pelo INEM, dar apoio em escolas, na medicina desportiva ou até na área da saúde.
O elevado número de “indiferenciados”, que se prevê que continue a subir, levou o secretário-geral do SIM, Jorge Roque, a endereçar estas propostas ao ministro da Saúde. Esta solução podia também colmatar a falta de recursos humanos no INEM.
“O INEM tem apenas três médicos no quadro, que estão no Centro de Orientação de Doentes Urgentes; 40% da atividade do INEM é feita com recurso a tarefeiros, não há um único médico do quadro nas viaturas médicas. É, portanto, uma área em que os médicos sem especialidade podem ser aproveitados“, defendeu Roque da Cunha ao DN.
Médicos que teriam uma formação garantida pelo INEM e o Ministério da Saúde, “um curso mais aprofundado do que os de suporte básico de vida”, detalhou o representante sindical.
Jorge Roque pretende debater estas ideias com a equipa de Adalberto Campos que, até ao momento, disse ao jornal não ter nada para adiantar sobre o tema.
No entanto, esta medida parece não agradar aos futuros médicos. “Até entendo que tem de haver resposta nesta área”, disse o presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, Edgar Simões.
“É útil dar formação, por exemplo, na área do suporte avançado de vida, mas temos de pensar que estas pessoas não queriam esse rumo. O problema tem de ser resolvido a montante, com a redução dos numerus clausus“, defendeu.