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Sindicato acusa hospital de Loures de bloquear consultas para evitar multas do Estado

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Os médicos do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, só podem marcar consultas de seguimento de doentes se estiver assegurado o número de primeiras consultas negociado com o Estado, denuncia o Sindicato dos Médicos do Sul.

De acordo com o semanário Expresso, que avança com a notícia esta sexta-feira, a medida serve para evitar multas por incumprimento de contrato, uma vez que a unidade hospital é gerida por privados em regime de parceria público-privada (PPP).

A administração do hospital, a Luz Saúde, “bloqueia a agenda dos médicos, obrigando à marcação exclusivamente de primeiras consultas e impedindo a marcação de subsequentes durante 30 dias por ano, caso se preveja que o número total de primeiras consultas seja inferior ao contratualizado anualmente com o Ministério da Saúde”, denuncia o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, em comunicado citado pelo jornal.

De acordo com organização sindical, em causa está “uma manobra por motivos económicos, desrespeitando os critérios clínicos, ao contrário do que aconselhariam os bons cuidados em saúde”.

Na mesma nota pode ler-se que a “a PPP de Loures está contratualmente obrigada a que, pelo menos, um terço do total de consultas sejam primeiras, sob pena de, se não o cumprir, ficar sujeita a multas”. E o hospital também ganha, uma vez que “as primeiras consultas são melhor remuneradas pelo Estado do que as subsequentes”.

O bloqueio “aplica-se a todas as especialidades, mesmo aquelas que previsivelmente cumpram o contratualizado para que possam colmatar ‘a falta’ de outros serviços”, precisa ainda o comunicado. O semanário tentou contactar os responsáveis hospitalares, aguardando resposta.

ZAP //

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