No terreno a escala dos conflitos tem sido outra mas houve motivos para sorrir, na única troca de prisioneiros em meses.
A guerra na Ucrânia tem sido ainda mais mortal ao longo dos últimos dias, com ataques russos e ucranianos a matar dezenas de pessoas.
No entanto, na quarta-feira houve motivos para alguns envolvidos sorrirem um pouco.
Pouco mais de um mês depois de Dmytro Lubinets, comissário ucraniano para os direitos humanos, ter dito: “As trocas de prisioneiros não vão acontecer porque a Rússia não quer”, foi realizada uma troca em larga escala.
A Rússia e a Ucrânia procederam a uma troca de quase 500 prisioneiros de guerra na sequência de um acordo mediado pelos Emirados Árabes Unidos (EAU). Será a maior de sempre nesta guerra.
As autoridades ucranianas indicaram que 230 prisioneiros ucranianos regressaram a casa, enquanto o Ministério da Defesa da Rússia disse que 248 dos seus militares foram “repatriados dos territórios controlados pelo regime de Kiev”.
O ministério russo precisou em mensagem na rede social Telegram que o acordo foi possível devido aos esforços de mediação dos Emirados Árabes Unidos, um importante parceiro da Rússia nas áreas humanitária, económica ou energética, e após um “complexo processo de negociação”.
“Mais de 200 dos nossos soldados e civis regressaram do seu cativeiro pelos russos”, anunciou por sua vez o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
O Kremlin não deu pormenores mas o Governo da Ucrânia explicou que a maioria dos prisioneiros que voltaram a casa tinha sido capturada em Mariupol – alguns há quase dois anos.
Segundo Dmytro Lubinets, exatamente 230 militares ucranianos foram trocados no decurso desta “49ª permuta” entre Kiev e Moscovo desde o início da invasão militar russa em fevereiro de 2022.
“Foi a mais importante em termos de defensores [ucranianos] repatriados”, afirmou o centro ucraniano de coordenação responsável pelos prisioneiros de guerra.
Esta troca “mais importante” também é inédita ao longo dos últimos meses. A troca de prisioneiros anterior tinha sido no dia 7 de Agosto, há praticamente cinco meses.
As fotografias do momento mostram alegria evidente, e emoção, nos rostos de soldados (alguns feridos) envolvidos na bandeira da Ucrânia.
A maior troca de prisioneiros neste conflito é um “sinal de esperança”, sobretudo para os ucranianos que continuam detidos pelos russos, descreve o jornal Handelsblatt.
Apesar deste acordo a larga escala, milhares de prisioneiros de guerra ainda permanecem na posse dos dois campos.
ZAP // Lusa
Guerra na Ucrânia
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