No episódio, Lisa Simpson decide ajudar Monk Murphy, o filho surdo do seu ídolo Bleeding Gums Murphy, que precisa de um implante coclear.
Pela primeira vez na sua história de 33 anos, a série televisiva os Simpsons vai incluir um ator surdo e também língua gestual americana, apesar dos desenhos animados terem apenas quatro dedos.
“Foi algo muito difícil de fazer pela primeira vez depois de 722 episódios. Mas não podia estar mais entusiasmado”, revela o produtor executivo Al Jean à CNN.
O episódio — intitulado The Sound of Bleeding Gums — vai focar-se em Lisa Simpson, que descobre que o seu ídolo e músico favorito, o falecido saxofonista Bleeding Gums Murphy, tem um filho surdo e que precisa de um implante coclear. A filha de Homer e Marge decide ajudar o jovem.
A história do episódio é inspirada na vida de Loni Steele Sosthand, que foi a principal escritora do guião. Sosthand revela que os produtores da série contactaram dois especialistas em língua gestual americana para terem a certeza de que as personagens faziam os gestos corretos, mesmo só com quatro dedos.
A ideia teve também um toque pessoal para Sosthand, já que o seu irmão, Eli, também tem um deficiência auditiva no seio de uma família que adora música jazz. “Ter um irmão que é só um ano mais velho e que nasceu surdo moldou quem eu sou enquanto pessoa”, afirma.
O ator surdo John Autry II, que também já participou na série “Glee”, fez o papel de Monk Murphy, filho de Bleeding Gums Murphy. Num comunicado, o ator descreve a oportunidade como algo que mudou a vida.
O episódio vai também incluir três crianças — Ian Mayorga, Kaylee Arellano e Hazel Lopez — da associação sem fins lucrativos No Limits, que se dedica ao apoio a crianças surdas.
Esta adição histórica aos Simpsons surge apenas duas semanas depois do filme CODA, que retrata a vida de uma filha que consegue ouvir e o conflito que vive por querer seguir o seu sonho na música em vez de trabalhar no negócio de pesca dos seus pais surdos, ter sido o grande galardoado na noite dos Óscares.
A ideia surgiu bem antes do sucesso de CODA, revela Jean. “Algumas partes são baseadas em eventos de já há vários anos. Claro, estamos muito contentes com o sucesso do CODA“, conclui.