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Estudo alerta que podem ser verificados níveis que não se verificam desde o início deste século. Os cortes financeiros fazem diferença.
A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) deixou de ser um assunto tão frequente.
O vírus responsável por causar a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) não desapareceu mas, graças aos avanços na medicina (e no conhecimento), está mais controlável: terapias mais eficazes, diagnósticos precoces, prevenções, mais informação…
Continua a ser um vírus sem cura, mas os números de mortes e de infecções têm descido muito, sobretudo ao longo deste século.
No entanto, este progresso pode ser revertido e, em breve, as mortes e as infecções podem chegar aos níveis que se verificavam há 20 anos.
Este retrocesso, a concretizar-se, estará sobretudo relacionado com os cortes no financiamento em cinco países do Ocidente: EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Países Baixos.
Estes países são fundamentais, já que representam 90% do investimento à volta do HIV. E estima-se um corte de 24% no financiamento internacional já até ao próximo ano.
O aviso surge num estudo publicado nesta quarta-feira. As novas previsões apontam para quase 11 milhões de infecções adicionais por VIH em países de baixo e médio rendimento – e só nos próximos 5 anos.
O número de vítimas mortais da SIDA (crianças e adultos) poderá chegar perto dos 3 milhões, igualmente até 2030.
A África Subsariana será a zona de maior risco de contrair o VIH. No geral, quem usa drogas injectáveis, prostitutas, homens que têm sexo com homens, e as crianças são os grupos mais vulneráveis.
Os autores do estudo esperam que os EUA voltem a contribuir mais para a prevenção do VIH. “Se outros países doadores reduzirem o financiamento, décadas de progressos no tratamento e prevenção do VIH poderão ser desfeitas”, avisa Debra ten Brink, uma das líderes da investigação, citada na Sky News.