Muitos adolescentes admitem que têm um “conhecimento mau” sobre contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis.
Muitos jovens em Portugal dispensam o preservativo quando fazem sexo. E uma percentagem considerável sabe pouco, ou nada, sobre métodos contraceptivos e sobre doenças sexualmente transmissíveis.
Estas são duas das conclusões integradas no estudo “Jovens e Educação Sexual: Conhecimentos, Fontes, Recursos”. Os números são apresentados nesta quinta-feira, em Lisboa.
A iniciativa foi do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, em conjunto com a Associação para o Planeamento da Família e com o Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Investigação Social.
O Jornal de Notícias antecipou algumas estatísticas: mais de metade dos adolescentes (55%) afirmou que não usa sempre preservativo quando faz sexo com o seu namorado ou com a sua namorada.
O preservativo continua a ser o método contraceptivo mais utilizado, na primeira relação sexual.
Mas, comparando com os dados de 2008, houve uma descida considerável. Dos 97% de rapazes que utilizaram preservativo na altura, agora a percentagem desceu para 88,4%. As raparigas utilizam mais vezes o preservativo (92%).
O motivo principal para esta utilização é querer evitar uma gravidez. Até porque os adolescentes portugueses – novamente comparando com 2008 – estão menos preocupados, e menos conscientes, em relação a doenças sexualmente transmissíveis.
Mais de um quarto dos inquiridos (27%) admitiu que tem um conhecimento mau sobre métodos contraceptivos e sobre doenças sexualmente transmissíveis.
E, entre os rapazes, apenas 17,5% têm um conhecimento muito bom sobre o assunto – quase o dobro das raparigas (31%) conhece muito bem estes temas.
Os responsáveis pelo estudo apontam dois motivos: a SIDA deixou de ser assunto frequente entre os adolescentes (que agora estão menos preocupados) e o confinamento pode ter impedido a compra de preservativos em muitos casos, ao longo dos últimos dois anos.
O estudo baseou-se num inquérito online realizado a 2.319 estudantes que já tiveram relações sexuais.