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Resíduos em panelas revelam que, na Sicília medieval, islâmicos comiam carne de porco

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Um exemplo de um Olla do Palazzo Bonagia.

Entre 841 e 1091 d.C., a Sicília foi um poderoso reino islâmico. Recentemente, arqueólogos analisaram resíduos alimentares numa amostra de 134 panelas de cozinha medieval e descobriram que nem todos aderiam às rigorosas tradições alimentares islâmicas. 

Se costuma comer cereais e deixar a tigela em cima da mesa, saiba que os resíduos orgânicos esquecidos serão valiosos para os cientistas do futuro.

Foi exatamente o que aconteceu neste caso, em que uma equipa de arqueólogos analisou os resíduos alimentares microscópicos de uma amostra de 134 panelas de cozinha medieval, datada de há 1.120 anos, escreve o Ancient-Origins.

A análise permitiu descobrir que, na Sicília islâmica medieval, nem todos aderiam às rigorosas tradições alimentares islâmicas. Os resultados científicos mostram que, nas zonas rurais, “consumia-se carne de porco“, apesar de o Islão proibir estritamente o seu consumo, assim como o de presunto ou salsichas.

O artigo científico foi publicado no dia 9 de junho na PLOS ONE.

Os autores do estudo destacaram algumas diferenças notáveis ​​entre as cozinhas rural e urbana, incluindo a maior frequência de uvas e laticínios no meio rural.

Segundo o comunicado dos cientistas, citado pelo EurekAlert, este estudo é uma demonstração profunda da utilidade da análise de resíduos orgânicos para a compreensão da culinária da Sicília islâmica.

A mistura de uma variedade de produtos alimentícios é consistente com os pratos coloridos observados na literatura árabe, e as diferenças observadas entre locais rurais e urbanos sugerem que há mais para aprender sobre como as culturas diferiam na sociedade siciliana.

“A análise de resíduos preservados em cerâmica revelou, pela primeira vez, uma visão importante da culinária na Sicília islâmica medieval. Identificamos uma gama diversificada de produtos processados ​​em utensílios de cozinha, assim como diferenças regionais no uso de cerâmicas, processamento de laticínios e derivados da videira”, remataram os cientistas.

Liliana Malainho, ZAP //

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