O setor dos livros também se está a ressentir do aumento de preços e dos atrasos na distribuição de mercadorias

Empresas do setor apontam a subida do preço da energia (e das restantes matérias-primas), juntamente com os atrasos na distribuição como dois dos fatores disruptivos.

O setor do livro é um dos que deverá ser atingido pelas dinâmicas recentes que estão a afetar a distribuição da energia, mas, sobretudo, o dos transportes de mercadorias, uma vez que, no primeiro caso, se verifica um encarecimento dos custos e, no segundo, um congestionamento que, caso não seja ultrapassado rapidamente, poderá significar um problema para o setor editorial.

Ouvida pelo Público, a Apigraf – Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel, diz estar convencida que esta conjuntura levará ao aumento dos produtos que incluem papel, cartão ou cartolina na sua composição. Para além destes, José Manuel Lopes de Castro, diretor da associação, também aponta que, para além da energia, todas as matérias-primas usadas pelas gráficas estão a subir, desde chapas, tintas ou vernizes, pelo que será inevitável ter que se chegar a um “entendimento com os clientes” para que estes suportem a sua parte na subida dos preços.

Apesar de grupos como a Leya ou a Porto Editora garantirem que os stocks para o Natal já estarem definidos — os dois grupos compram diretamente o papel que utilizam e armazenam reservas suficientes para cumprir com os programas editoriais traçados —, Lopes de Castro não tem dúvidas que o problema “já é sério“, a começar pelos abastecimentos, os quais costumavam ser céleres e cujos prazos de entrega se situam atualmente em “meses“.

A “taxa energética” aplicada pelas empresas de produção do papel é outro aspeto que preocupa a Apigraf e que a associação está atualmente a discutir com os seus parceiros europeus. “As papelarias estão a impor no mercado uma taxa que pode andar pelos 100 ou 200 euros por tonelada, o que é significativo.” Tal como lembra o Público, o facto de esta taxa “variar de papeleira para papeleira” complica ainda mais uma indústria obrigada a prever e gerir com rigor os seus orçamentos.

ZAP //

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