A sessão plenária do Parlamento chinês vai realizar-se a 22 de maio, depois de ter sido adiada por dois meses e meio devido ao surto do novo coronavírus.
O mais importante evento anual da agenda política chinesa, que deveria ter ocorrido no início de março, foi adiado no final de fevereiro, no auge da crise epidémica na China.
A sessão plenária da Assembleia Nacional Popular (ANP) deve permitir ao Presidente chinês, Xi Jinping, proclamar a vitória do país sobre a pandemia do novo coronavírus, que começou na cidade de Wuhan mas que, entretanto, espalhou-se por todo o mundo.
Após uma lenta reação inicial e de ter silenciado médicos que alertavam para os perigos de uma nova doença contagiosa, o Governo chinês tomou medidas drásticas, incluindo colocar a província de Hubei, da qual Wuhan é capital, sob quarentena, e a paralisia económica do país.
Depois de ter atingido um pico em fevereiro, o número de novas infeções diminuiu consideravelmente. A China registou 22 casos de infeção nas últimas 24 horas, 21 deles oriundos do exterior, segundo a Comissão de Saúde.
Esta segunda-feira, o porta-voz dessa comissão, Mi Feng, revelou que já não há doentes com covid-19 nos hospitais de Wuhan, cidade que teve quase 46.500 casos confirmados e quase 3900 mortes.
Durante a sessão anual, que dura 10 dias, os quase três mil deputados do órgão máximo legislativo da China, oriundos de todo o país, e eleitos por cinco anos, a partir das assembleias das diferentes províncias, regiões autónomas, municípios, regiões administrativas especiais e das forças armadas do país, estão encarregues de aprovar projetos de lei, o relatório do Governo ou o Orçamento de Estado.
Face à ameaça de casos importados e dos casos assintomáticos, a capital chinesa permanece vigilante, e qualquer pessoa que chegue a Pequim ter que realizar uma quarentena de pelo menos 14 dias.
A Xinhua não detalhou se todos os deputados estariam fisicamente presentes em Pequim ou se alguns poderiam participar na sessão plenária via online.
Constitucionalmente, a ANP é o “supremo órgão do poder de Estado na China”, mas cerca de 70% dos deputados são membros do Partido Comunista Chinês (PCC).
Desde o início da epidemia, a China registou, no total, mais de 82 mil infetados e mais de quatro mil mortos. Até ao momento, mais de 77 mil pessoas tiveram alta.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe