A equipa do serviço de urgência geral do hospital Beatriz Ângelo, em Loures, apresentou esta quarta-feira a demissão.
A notícia é avançada pela CNN Portugal, que dá conta da debandada de onze chefes de serviço. Os responsáveis dizem ter tomado esta decisão por estar em causa “a missão e qualidade assistencial”, bem como a “segurança dos doentes e profissionais”.
O hospital Beatriz Ângelo, em Loures, anunciou esta terça-feira que a partir de hoje as urgências pediátricas vão funcionar apenas de segunda a sexta-feira entre as 9h00 e as 21h00, por dificuldades em completar as escalas das equipas.
Segundo o hospital, que serve cerca de 278 mil utentes, trata-se de uma “decisão transitória”, que foi acordada com a direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, e que “decorre da dificuldade de preenchimento das escalas que, até ao momento, não foi possível ultrapassar”.
“Na próxima semana será apresentado o plano de reorganização dos serviços de urgência pediátrica da Área Metropolitana de Lisboa, que se traduzirá num reforço da resposta em rede do SNS”, adiantou ainda a administração em comunicado.
Esta manhã, Ricardo Leão, presidente socialista da Câmara de Loures, defendeu mudanças na gestão para evitar o encerramento de serviços, passem estas por um novo conselho de administração ou até pelo regresso do modelo de parceria público-privada (PPP).
“Essa reserva ideológica, sobre se deve ser privada ou pública, a mim não me interessa. Tem é que se prestar serviços, dentro do Serviço Nacional de Saúde, à população do concelho de Loures”, disse Ricardo Leão à Rádio Observador.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, adiantou que o modelo de reorganização das urgências “vai estar pronto nos próximos dias”, reconhecendo dificuldades nas urgências pediátricas de Loures (Lisboa) e do Barreiro Montijo (Setúbal).
“O modelo vai estar pronto nos próximos dias, esse diálogo está em curso e, portanto, não há nenhuma razão para que tenhamos notícia alarmista sobre esta matéria, não que não esteja preocupado com o problema, o que desejaria é que não houvesse constrangimentos, mas porque a solução de funcionamento em concreto está a ser trabalhada”, afirmou.
Também na segunda-feira, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) reafirmou que a urgência pediátrica do Hospital Beatriz Ângelo estará encerrada à noite e aos fins de semana a partir de quarta-feira.
Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, disse que esta informação foi veiculada pela direção clínica na passada sexta-feira, na sequência da saída de seis pediatras, cinco dos quais para o setor privado e outro para o Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, não sendo assim possível garantir as escalas de urgência.
ZAP // Lusa
Está tudo bem. Todos os portugueses têm médico de família. As esperas nas urgências ou por consultas de especialidade não existem. Estamos no bom caminho.
Afinal o Covid é que era o culpado. Obviamente que os hospitais há muitos anos não têm condições. Quem ainda não percebeu que o Covid é a maior fraude de todos os tempos anda muito distraído.