Sajid Javid, ministro da Saúde britânico entre junho de 2021 e julho deste ano, declarou neste domingo que sem reformas, o NHS (serviço nacional de saúde britânico) pode não “sobreviver muitos mais anos”.
Em entrevista à Sky News, o ainda deputado do Partido Conservador disse que o atual modelo do NHS, “concebido há 70 anos”, não acompanhou as mudanças dos últimos anos, e que, por isso, “não é sustentável para o futuro”.
“As pressões são tão grandes e a pandemia duplicou-as ainda mais, que, se nós, enquanto país, negligenciarmos ter este debate agora, tendo em conta a experiência que tive, não me parece que o NHS possa sobreviver muitos mais anos a prometer aquilo que promete no papel; a não ser que comecemos a levar a cabo reformas de fundo”, afirmou.
Javid considerou importante que país tenha um “debate honesto” sobre o serviço que presta à população. “Se falar com qualquer alemão que conheça, ou com um francês ou um italiano… eles têm bons sistemas de saúde, que também foram afetados pela pandemia. Mas parece que estão melhor que nós”, apontou.
O deputado demitiu-se em julho deste ano, em protesto com os escândalos que estavam a abalar o Governo e que acabaram por levar Boris Johnson a apresentar a demissão. Nesta entrevista explicou que “gostava de ter ficado mais tempo” no cargo de ministro da Saúde, para liderar as reformas.
O Reino Unido país enfrenta greves dos profissionais dos setores da Saúde, dos Transportes, dos Correios e dos serviços de fronteiras. Os enfermeiros exigem aumentos salariais de 19% – o Governo não vai além dos 4,3% -, e agendaram nova greve para terça-feira.
Perto de dez mil funcionários que prestam este tipo de serviço em Inglaterra e no País de Gales vão parar na segunda-feira e no dia 28, exigindo melhores condições salariais. O Governo britânico anunciou, por isso, a mobilização de cerca de 1200 soldados do Exército, que vão substituir os grevistas durante esses dois dias.
Questionado sobre o próprio futuro na política, Javid explicou ser necessário fazer uma pausa “por motivos pessoais, mas também por causa da família”.
Javid disse igualmente que o cenário eleitoral é muito “difícil” para os conservadores, que governam o país há 12 anos consecutivos. “Se olharmos para as sondagens, é óbvio que as probabilidades estão contra nós. Acho que toda a gente assume isso; parece difícil”.
