Sequestrou autocarro com crianças e enterrou-as vivas. Está em liberdade condicional

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Alameda County Sheriff's Office / Wikimedia

Frederick Woods (E), James Schoenfeld (C) e Richard Schoenfeld (D).

Foi concedida liberdade condicional a um homem que em 1976 sequestrou um autocarro cheio de crianças e enterrou-as vivas.

Em 1976, Frederick Woods sequestrou um autocarro escolar com 26 crianças e um motorista, e enterrou-os vivos. O norte-americano tinha, na altura, 24 anos. Agora, aos 70 anos de idade, foi-lhe concedida liberdade condicional.

O incidente aconteceu no norte da Califórnia, onde Woods e outros dois cúmplices, os irmãos Richard e James Schoenfeld, sequestraram as crianças e o motorista do autocarro em Chowchilla, uma cidade a sudeste de São Francisco.

Os reféns foram depois levados para Livermore, onde foram enterrados vivos. Woods e os irmãos exigiram 5 milhões de euros ao Conselho Estatal de Educação. As crianças, de 5 a 14 anos, e o motorista conseguiram escavar a saída após 16 horas, conta o USA Today.

Em março deste ano, Woods foi aprovado para liberdade condicional depois de anteriormente lhe ter sido negada por 17 vezes. Woods teve o apoio de dois sobreviventes do sequestro.

“Acredito que você já cumpriu pena suficiente pelo crime que cometeu”, disse o sobrevivente Larry Park, que apoiou a libertação de Woods juntamente com Rebecca Reynolds Dailey. Todavia, Park pediu que Woods considere fazer tratamento devido ao seu possível “vício de dinheiro”.

Richard Schoenfeld foi libertado em 2012 após uma ordem do tribunal e o seu irmão James foi libertado em liberdade condicional em 2015.

“Tenho empatia pelas vítimas que não tive na altura”, disse Woods em março. “Eu tive uma mudança de carácter desde então”.

Como Woods cometeu o crime quando era jovem, enquadra-se numa lei da Califórnia que exige que seja dado mais peso à libertação de prisioneiros que foram condenados durante a sua juventude, mas que agora são idosos e cumpriram longas penas de prisão.

Daniel Costa, ZAP //

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10 Comments

    • Bom, cumpriu 45 anos, e isto passou-se na California, onde não existe pena capital. As pessoas esquecem-se que cada Estado é diferente. De qualquer forma, se fosse em Portugal era condenado a 25 anos e saia em metade do tempo.

      • Assassinar 26 crianças e desta forma , é preciso ter estomago ! ….se bem compreendo a sua opinião , por ter 70 Anos e cumprir 45 de prisão está livre de ir a sua vergonhosa Vida . Sô quem não tem filhos é que considera este facto dessa forma ! ..por outro lado sei contar o numero de estrelas da bandeira dos USA , assim que a Lei em Portugal nada tem a ver com a dos USA .

          • Subterrar crianças vivas era com que intenção ? ….. eu chamo a isso crime com premeditação , e tratando-se de crianças , para min não há perdão que se justifique !

        • Boa tarde Sr./Srª. Atento.
          Graças ao ESFORÇO (q/nem sequer consigo imaginar!) de 1 motorista e de 26 crianças entre os 5-14 anos, q/CAVARAM até conseguirem saír de onde estavam enterrados, todos escaparam VIVOS (sem/com ferimentos ou traumas já é outra questão)!
          Por isso mesmo, é mais q/justo q/o Mr. Woods seja libertado; 45 anos chegaram certamente p/pensar bem naquilo q/fez! Tem inclusivé o APOIO de DUAS das vítimas na altura! Acompanhamento e supervisão? Claro q/sim, se necessário. Mas é como diz o Sr. Joe abaixo: se fosse em Portugal, o máx. eram 25 anos ou até pena suspensa.
          GRAVE MESMO é criaturas abjectas q/cometem efetivamente crimes hediondos e SAFAREM-SE por lacunas nas Leis, isso sim, é q/é desumano…
          Excelente dia p/todos/as! 🙂

      • De salientar que não morreu minguem visto terem conseguido sair, por conseguinte em Portugal isso resumiria-se a uma pena suspensa.

        • Convém saber o que se diz em assuntos que são importantes e não frioleiras. Diz bem, não houve vitimas mortais, o facto fez toda a diferença na moldura penal. Ninguém é condenado a pena capital nos USA por tentativa de assassínio, de uma ou 50 pessoas. Na Califórnia, em 1976, a pena capital estava em vigor (ainda está, mas suspensa), não podendo ser aplicada, os autores foram condenados a prisão perpétua. E esta pena, como explica o texto tem algumas atenuantes. Se este caso tivesse acontecido em Portugal, a pena nunca poderia ser suspensa e poderia atingir a pena máxima: 25 anos, tendo em conta a crueldade dos autores do crime. E mesmo quando existem perda de vidas por ação de terceiros, a Lei prevê diversas graduações para imputar a pena: se é um crime de natureza passional, se resulta de dolo por negligência, se não é premeditado, se resulta de legítima defesa e o caso extremo onde existe premeditação.

      • E no Brasil…
        se chegasse a ser preso, teria o tempo limitado a 40 anos. Cumprindo 1/6 da pena, teria direito a “progressão da pena” e passaria ao “regime semi-aberto”.
        O argumento, pasmem, é que é necessário descongestionar as cadeias superlotadas, enquanto os parlamentos rejeitam projetos de aumento das vagas nos presídios.
        Uma associação de advogados (“Prerrogativas”, apoiadores do ex-presidente Lula) defende que não resolve nada punir depois que o crime foi cometido (#@%&#???).
        A única coisa realmente punida com rigor no Brasil, atualmente, são crimes de opinião e expressão contrários a um grupo de poder “progressista”.

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