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Descoberta de 113 sepulturas em Guadalupe revela detalhes de um povo perdido

INRAP

Exemplo de uma das sepulturas encontradas em Guadalupe.

O Institut National de Recherches Archéologiques Préventives (INRAP) encontrou 113 sepulturas pré-columbinas em Guadalupe. Nunca antes se tinham descoberto tantos esqueletos juntos neste território ultramarino francês no mar das Caraíbas.

Os ossos de adultos e crianças foram datados do final da Idade da Cerâmica, entre os séculos XI e XIII, escreve o All That’s Interesting. O solo em Guadalupe é altamente ácido devido à atividade vulcânica, o que faz com que sobrem poucos restos mortais para serem estudados.

Os corpos foram enterrados sobre eles mesmos: os braços muitas vezes dobrados, no abdómen ou no tórax, as pernas comprimidas nos antebraços, cotovelos ou tórax”, explica o INRAP. Este posicionamento impediu os cadáveres de erodir.

Os cientistas estão entusiasmados com o que isto nos dirá sobre os indígenas pré-columbinos locais, já que poucos locais como este foram encontrados.

As sepulturas foram descobertas na prospeção de um terreno para a construção de habitações em Gran-Terre, a ilha mais populada do arquipélago. Os responsáveis tinha medo de poder destruir artefactos potencialmente inestimáveis. Felizmente, foram cautelosos e mandaram analisar o terreno.

“Algumas centenas de buracos de poste correspondem a estruturas de habitat e cerca de 50 estão associados a atividades domésticas”, disse o INRAP. Foram ainda encontrados cacos de cerâmica, ferramentas de pedra, blocos aquecidos, ossos de roedores, répteis, pássaros e restos de caranguejos e conchas, rejeitados após o consumo.

Embora a descoberta destas sepulturas seja notável por si só, os investigadores esperam que os restos mortais ajudem a estudar a Idade da Cerâmica tardia com mais afinco.

Neste período, o povo aruaque ocupou as Pequenas Antilhas e dois grupos distintos prosperaram: um na América do Sul e outro nas Caraíbas. Este último é conhecido como taínos, os primeiros que Cristóvão Colombo encontrou — e massacrou — quando chegou às Caraíbas em 1492.

Embora os taínos tenham deixado para trás alguma arte rupestre esclarecedora, encontrar ossos reais permite que os especialistas criem mapas genéticos destas pessoas através de análises de ADN.

Daniel Costa, ZAP //

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