“Sementes zombie” enterradas há 144 anos num local secreto revelam uma planta surpreendente

Derrick Turner

As plantas mais recentes que nasceram das sementes plantadas por William Beal em 1879 são Verbascum blattaria, algo que contraria as notas deixadas pelo botânico.

Em 1879, o botânico William Beal da Universidade Estadual de Michigan (MSU) iniciou uma experiência pioneira sobre a longevidade das sementes, enterrando 20 garrafas cheias de mais de mil sementes de 21 espécies diferentes.

Mais de 140 anos depois, esta experiência, agora a mais longa do seu tipo, continua a produzir resultados fascinantes. A última garrafa, desenterrada como parte de um cronograma de escavação escalonado que agora ocorre a cada 20 anos, revelou que algumas sementes ainda são viáveis e capazes de germinar.

Um novo estudo publicado na American Journal of Botany avaliou os genomas das plantas que crescem destas sementes. O objetivo original da experiência era ajudar os agricultores a entender como gerir ervas daninhas persistentes no solo, um desafio que antecede a invenção de pesticidas.

Com o tempo, a importância da experiência evoluiu, abrangendo questões mais amplas sobre a longevidade do banco de sementes, relevantes para questões como a conservação de espécies raras e a restauração de ecossistemas.

Pela primeira vez na experiência, a equipa empregou análises avançadas de ADN para identificar com precisão as espécies das sementes germinadas. Grace Fleming, bióloga de plantas da MSU, observou que os testes genéticos confirmaram a presença de Verbascum blattaria (verbasco-das-moscas) e um híbrido de Verbascum blattaria e Verbascum thapsus (verbasco-comum).

Este achado contraria a afirmação original de Beal de que apenas sementes de Verbascum thapsus foram incluídas, sugerindo uma confusão durante a preparação das garrafas, explica o Science Alert.

Com quatro garrafas ainda enterradas e previsões para a experiência continuar até 2100, a localização das garrafas permanece um segredo bem guardado para evitar manipulação. A longevidade e a metodologia consistente do estudo tornam-no único, especialmente à medida que o foco da pesquisa do banco de sementes se deslocou ao longo das décadas.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.