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Covid-19: Sem vacina, como devemos proteger as crianças?

Abir Sultan / EPA

Conselhos provenientes dos Estados Unidos da América, onde mais de quatro mil crianças apresentaram um síndrome relacionado com a doença. É recomendada a utilização de máscara a partir dos 2 anos de idade.

O processo de vacinação contra a covid-19 continua mas, para já, só os adultos estão a ser vacinados. Na União Europeia, por exemplo, e seguindo a recomendação da Agência Europeia de Medicamentos, as vacinas da AstraZeneca, da Moderna e da Janssen só são administradas em maiores de 18 anos e a da BioNTech/Pfizer chegará até aos maiores de 16 anos.

Nos Estados Unidos o cenário não é muito diferente, com os pais mais tranquilos, porque estão a ser vacinados mas veem os seus filhos – com menos de 12 anos – a ficar fora da lista de pessoas elegíveis para o processo atual de vacinação.

Tem sido repetida a ideia de que as crianças, mesmo que fiquem infetadas com o novo coronavírus, a sua maioria apresenta sintomas ligeiros, ou nem apresenta qualquer sintoma. São raros os casos em que uma criança morre, ou segue para o hospital, por causa da covid-19.

No entanto, nos EUA, até ao mês passado já tinham sido confirmados mais de quatro mil casos de crianças que apresentaram sintomas de uma doença rara, mas perigosa: Síndrome Inflamatória Multissistémica em Crianças. A MIS-C tem atingido os mais novos, quando estes já tinham sido infetados pelo novo coronavírus, semanas antes.

A vacinação deve ser alargada a crianças norte-americanas menores de 12 anos. Mas esse processo só deve arrancar no Outono. Até lá, como se deve tentar manter o vírus longe das crianças?

Judith Flores, pediatra há mais de 30 anos, responde: “A melhor forma de cuidares do teu filho é estares vacinado. A família e a comunidade também deverão estar vacinados. O risco de uma criança contrair a doença depende da comunidade em que vive ou estuda. O risco de teres um filho doente aumenta se a tua comunidade tiver uma taxa de vacinação baixa e uma taxa de infeção alta”.

Quando a criança voltar para a escola, os pais devem começar a pensar em fazer perguntas: “Quem está vacinado na escola? Como é feito o controlo na escola?“, indicou a médica, em entrevista à estação televisiva ABC News.

Judith reforçou a recomendação do uso da máscara – o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças nos EUA indica que, em ambientes fechados, é recomendável a utilização de máscaras por parte de crianças maiores de dois anos (inclusive).

A pediatra aconselharia o seu filho a utilizar máscara na escola, especialmente nas primeiras semanas, enquanto avalia os métodos da escola. Mas lembrou que as escolas têm sido locais seguros: “Tem sido comprovado que as crianças ficam mais vezes doentes quando estão em casa, com a sua família”.

Em relação aos locais no exterior, dispensa-se a utilização de máscara para as crianças, já que o risco de transmissão é baixo. Em espaços fechados, especialmente se a ventilação não for adequada ou se estiver muita gente no local, é melhor colocar a máscara na criança.

A antiga chefe de um hospital em Nova Iorque sublinhou também que o essencial é preparar as crianças (e os pais) a nível mental, para o regresso às aulas presenciais.

Nuno Teixeira, ZAP //

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