Sem saber, alguns diabéticos podem ter o tipo 1.5

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Também conhecida como diabetes autoimune latente em adultos (LADA), a diabetes tipo 1,5 tem características da diabetes tipo 1 e tipo 2.

A diabetes é um tipo de condição que surge quando os níveis de glicose (açúcar) no sangue são mais altos do que o normal. Embora existam mais de dez tipos diferentes, os mais comuns são o tipo 1 e o tipo 2.

A diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que o sistema imunitário ataca e destrói as células do pâncreas que produzem insulina, causando muito pouca ou nenhuma produção.

Esta hormona é deveras importante para mover a glicose do sangue para as células de forma a ser usada como energia, e é por isso que as pessoas com esta condição precisam de medicação diária.

Já a diabetes tipo 2 não é uma condição autoimune. Acontece quando as células se tornam resistentes à insulina ao longo do tempo e o pâncreas deixa de ser capaz de produzir a hormona em quantidades suficientes para fazer face a essa resistência.

Num artigo publicado no The Conversation, Emily Burch, nutricionista da Southern Cross University, e Lauren Ball, professora de saúde e bem-estar da Universidade de Queensland, explicam que a diabetes tipo 1.5 ocorre quando o sistema imunitário ataca as células do pâncreas que produzem insulina.

No entanto, estes pacientes não precisam de insulina tão urgentemente porque a sua condição desenvolve-se mais lentamente.

Esta condição partilha fatores de risco genéticos e autoimunes com a diabetes tipo 1, como variantes genéticas específicas. Ainda assim, as evidências também mostraram que pode ser influenciada por fatores relacionados com o estilo de vida, como obesidade e inatividade física, mais associados à diabetes tipo 2.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, com alguns pacientes a não relatarem qualquer mal-estar. Normalmente, as pessoas podem sentir mais fadiga, sede, micção frequente, visão turva e perda de peso.

A diabetes tipo 1.5 é tratada com medicamentos orais que têm como objetivo manter os níveis de glicose no sangue normais. Dependendo desse controlo, os pacientes podem precisar de monitorizar os seus níveis regularmente ao longo do dia e de insulina, caso os níveis médios aumentem muito.

Esta doença é, muitas vezes, confundida com diabetes tipo 2 porque diagnosticar diabetes tipo 1,5 e distingui-la de outros tipos requer testes especiais de anticorpos para detetar marcadores autoimunes. Nem todos os profissionais de saúde solicitam estes testes, seja pelos custos ou porque podem nem sequer considerá-los.

Além disso, a doença é mais comum em adultos, pelo que os médicos podem presumir que o paciente desenvolveu diabetes tipo 2, que é mais normal nessa faixa etária. Da mesma forma, como os sintomas destas doenças são muito parecidos, podem facilmente ser confundidas.

Obter um diagnóstico correto ajuda os pacientes a receberem o tratamento mais adequado, economizar dinheiro e reduzir o sofrimento associado à doença.

ZAP //

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