Nem um, nem dois: haverá seis relatórios sobre a comissão de inquérito à TAP

Miguel A. Lopes / LUSA

Audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP

Seis análises à CPI vão chegar à Procuradoria-Geral da República. A primeira versão não convence.

É muito limitado. “Dá jeito” a António Costa. Defende o Governo. Omite crimes. É parcialmente falso.

O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão política da TAP, apresentada na semana passada, não convenceu a classe política, entre deputados e comentadores.

A versão escrita por Ana Paula Bernardo, deputada do PS, ainda pode ser alterada. As sugestões da oposição podem ser incluídas na versão final do relatório.

Mas parece pouco provável que isso aconteça e, por isso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) não vai receber apenas o relatório original. Nem dois, nem três…

O Diário de Notícias revela nesta quarta-feira que a PGR vai receber seis relatórios da comissão de inquérito à TAP.

Um é o que já se conhece. Os do PSD e da IL vão ser entregues sob forma de declaração de voto. Não apresentam propostas de alteração – mostram as suas próprias conclusões na declaração de voto que será anexo ao relatório final.

Outro do Chega, que se queixa sobretudo de “interferência política, deliberada e consciente” do Governo na TAP.

Também o BE e o PCP vão entregar um relatório diferente cada, se as suas propostas não forem (todas) incluídas na versão original. Só do BE são cerca de 30 – que não deverão ser aceites.

Cada partido tem deixado críticas duras ao primeiro relatório: o PSD fala num relatório “que dá muito jeito a António Costa”, o Chega repete a “interferência política desejada, deliberada e consciente”, a IL defende um documento que tenha as “mentiras e a incompetência”, o BE queixa-se de “omissões estruturais” num relatório que não é verdadeiro e o PCP deixa as polémicas de lado e foca-se na gestão da TAP, sugerindo que o processo de privatização seja detido pelo Governo.

Mas o próprio PS tem seis propostas de alteração: defende, por exemplo, que os gestores públicos têm de informar que indemnizações receberam em cargos anteriores, quando iniciam funções numa nova entidade; também acha que Alexandra Reis não devolveu parte da indemnização prevista, quando voltou à NAV, e isso deve estar no documento.

ZAP //

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