Seis anos depois, o Brasil regressa “aos grandes palcos mundiais”, pela mão de Lula da Silva

Olivier Matthys / EPA

Lula da Silva, Presidente do Brasil, e Ursula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia

Lula da Silva destacou, esta manhã, a importância das relações diplomáticas entre o Brasil e a Europa. Ursula von der Leyen conta com Brasília para ajudar a resolver “os maiores problemas do mundo”.

Luiz Inácio Lula da Silva e Ursula von der Leyen estiveram reunidos esta segunda-feira, à margem cimeira – a primeira em oito anos – da União Europeia (UE) com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Bruxelas.

O Presidente brasileiro classificou como “extremamente produtivo” o regresso do Brasil às relações diplomáticas com a UE, e ao “grande palco” das decisões geopolíticas mundiais, após seis anos de afastamento.

“O nosso país ficou seis anos afastado de qualquer atividade política internacional, menosprezando a importância do que significam as relações diplomáticas e o comércio exterior”, declarou Lula da Silva.

Enquanto falava num ponto de imprensa sem perguntas, na sede da Comissão Europeia em Bruxelas, o chefe de Estado brasileiro vincou a sua intenção de “colocar o Brasil no centro do protagonismo internacional”, dada a sua posição pró-europeia, contrária à do seu antecessor, Jair Bolsonaro.

“Queremos compartilhar com os parceiros do Mercosul e da América Latina e Caribe e aprofundar com a UE a discussão, não apenas do desenvolvimento do investimento e crescimento económico, mas […] também a questão climática”, adiantou.

A presidente da Comissão Europeia saudou esse regresso e apelou à ajuda de Brasília para “resolver os maiores problemas” do mundo.

“Saúdo o regresso do Brasil aos grandes palcos mundiais”, disse Ursula von der Leyen. Por causa da invasão da Rússia à Ucrânia, acrescentou a presdiente, a UE “precisa dos seus parceiros mais próximos”.

O Presidente do Brasil teve também tempo para criticar a “corrida armamentista que dificulta ainda mais” a luta contra as alterações climáticas e considerou que a Guerra na Ucrânia está a esvaziar recursos que poderiam ser destinados a programas socioeconómicos.

A corrida armamentista dificulta ainda mais a luta pela mudança do clima”, sustentou Lula da Silva.

Quase uma semana depois da Cimeira da Aliança Atlântica, onde os Estados-membros se comprometeram com mais ajuda militar para a Ucrânia, o Presidente do Brasil acrescentou que a guerra “no coração da Europa” lançou sobre o planeta um “manto de incerteza” e “canaliza para fins bélicos recursos até então essenciais para a economia e programas sociais”.

Bruxelas acolhe hoje e terça-feira a primeira cimeira em oito anos da UE com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que contará com mais de 50 líderes, entre os quais Lula da Silva e o primeiro-ministro português, António Costa.

ZAP // Lusa

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