Seguros podem aumentar devido a fenómenos climáticos extremos

Tiago Petinga/LUSA

Mau tempo em Lisboa

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) admitiu que, a médio ou longo prazo, os preços dos seguros em zonas de risco podem aumentar devido a fenómenos meteorológicos extremos e às suas consequências.

“O preço dos seguros está diretamente ligado ao risco deste tipo de eventos”, disse à Renascença o presidente da APS, José Galamba de Oliveira, indicando que “os últimos anos foram difíceis”, devido aos incêndios, tempestades e inundações.

“A preocupação das seguradoras tem mais a ver com o médio e o longo prazo”, continuou o responsável.

“Não se pode dizer que há uma tendência de aumento do risco e de preço de um ano para o outro, mas, no médio e longo prazo, a verdade é que pode haver situações em que bens e património, que hoje é segurável, se esta numa zona de risco, em que este tipo de situações começa a ocorrer de forma recorrente, a tendência será a de que os prémios possam ter de refletir isso”, continuou.

Assim, a APS tem vindo a defender “a constituição de um sistema de proteção de risco catastrófico, à semelhança do que acontece noutros países, para tentar mitigar este problema”.

De acordo com a Renascença, este modelo é uma resposta do setor segurador, com limites de responsabilidade definidos, na ordem dos oito mil milhões de euros. O Estado assume a função de garante do sistema, cobrindo os prejuízos acima desse valor.

“É um sistema em que todos contribuem para determinada cobertura, como coberturas de fenómenos extremos e risco sísmico, para que quando estas situações acontecem, mais rapidamente se possa dar resposta aos diversos casos”, apontou o presidente da APS.

José Galamba de Oliveira lembrou que os proprietários tendem a optar por seguros com cobertura mínima e obrigatória, nos quais não se aplicam os fenómenos naturais. “Por mais uns euros anuais, podem ter uma cobertura que resolve estes problemas”, referiu ainda o responsável.

ZAP //

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